A criança com deficiência e as relações interpessoais numa brinquedoteca comunitária

Autores

  • Vanessa A. Caldeira Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Fisioterapia, Fonaudiologia e Terapia Ocupacional
  • Fátima C. Oliver Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Fisioterapia, Fonaudiologia e Terapia Ocupacional

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19837

Palavras-chave:

Brinquedo, Relações interpessoais, Crianças portadoras de deficiência, Brinquedoteca comunitária

Resumo

A sociedade contemporânea tem limitado o brincar das crianças sendo que as crianças com deficiência enfrentam, ainda, barreiras psicossociais. Uma brinquedoteca comunitária pode ser um local de enfrentamento das limitações ao brincar. O objetivo deste estudo foi descrever as relações interpessoais entre crianças com deficiência e crianças sem deficiência num contexto de brinquedoteca comunitária, e como esta pode influenciar essas relações. Observou-se durante 10 encontros um grupo de crianças sendo duas delas com deficiência mental. Utilizou-se como foco de coleta a descrição da situação lúdica que envolvesse a questão da deficiência, utilizando como categorias de coleta: tipo de brincadeira, estilo de interação e seu caráter social. Comparou-se um episódio com outro que envolvessem os mesmos participantes buscando identificar transformação ou não do tipo de interação de caráter social ou agonístico. Identificamos três contextos de interação que se mostraram significativos: de passagem, em brincadeiras paralelas e nas brincadeiras com o outro. As interações de passagem mostraram potencializar mais interações agonísticas, enquanto brincadeiras paralelas, mais interações pró-sociais. As situação de brincadeira de escolinha, de fantasia e jogos potencializaram mais interações pró-sociais, pelos próprios integrantes escolherem as brincadeiras e seus companheiros. As brincadeiras em que todos participavam, embora dessem visibilidade e participação grupal às crianças com deficiência, mostraram maior quantidade de interações agonísticas e pró-sociais. Concluiu-se que as crianças com deficiência conquistaram um lugar.

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Publicado

2007-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original