Distúrbios de conduta em crianças do ensino fundamental e sua relação com a estrutura familiar

Autores

  • Marcelle Paiano Universidade Estadual de Maringá
  • Batina B. Andrade UNIPAR
  • Eliane Cazzoni UNOPAR
  • Jackeline J. Araújo UNIPAR
  • Maria Angélica P. Waidman UEM
  • Sonia S. Marcon UEM

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19838

Palavras-chave:

Saúde mental, Família, Criança, Escola

Resumo

O aumento da incidência do distúrbios de conduta em crianças e adolescentes é um fator de preocupação para os profissionais de saúde. Durante as atividades de estágio de alunos de enfermagem em uma escola pública foi detectado que 15 alunos do ensino fundamental apresentavam diagnóstico médico de distúrbios de conduta e/ou tomava medicação controlada. O presente estudo teve como objetivo caracterizar estes alunos, identificar a existência de fatores de risco para problemas de saúde mental e sua relação com a estrutura e a característica familiar. Os participantes foram 11 pais de alunos que concordaram em participar do estudo. Os dados foram coletados por entrevista semi-estruturada realizada no domicílio da criança. Os resultados mostraram que o transtorno mental está presente em crianças / adolescentes de ambos os sexos e em diferentes faixas etárias. A maioria das famílias era do tipo nuclear e a renda familiar média era de 3 a 5 salários-mínimos. O diagnóstico médico mais freqüente era de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH); a maioria das crianças (76%) possuía antecedentes familiares de transtorno mental e apresentavam dificuldade escolar (72%); e boa parte das crianças era exposta a situações de humilhação. Conclui-se que as características das famílias estudadas podem ser consideradas um fator de risco para o distúrbio de conduta, especialmente em relação aos antecedentes familiares e a práticas educativas inapropriadas. Há necessidade de novos estudos sobre o tema que possam subsidiar a elaboração de políticas públicas de saúde mental.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Bird HR. Epidemiology of childhood disorders in a cross-cultural context. J Child Psychol Psychiatry. 1996; 37:35-49.

Brandemburg N, Friedman R, Silver S. The epidemiology of childhood psychiatric disorders: Prevalence findings from recent studies. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1990; 291:76-83.

Costello E. Developments in child Psychiatry epidemiology. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1989; 28(6):836-41.

Costello EJ, Angold A, Burns BJ, Stangl DK, Tweed DL, Erkanli A, et al. The Great Smoky Mountains Study of youth: Goals, design, methods, and prevalence of DSM-III-R disorders. Arch Gen Psychiatry1996; 53:1129-36.

Earls F. Epidemiology of psychiatry disorders in children and adolescents. In J. O Cavenar(Gen.Ed), Psychiatry (vol.3, Chap.12).Philadelphia: J.B.Lippincott; 1985.

Earls F. Epidemiology and child psychiatry: entering the second phase. Am J Orthopsychiatry 1989; 59:279-83.

Costello EJ, Burns BJ, Angold A, Leaf PJ. Howcan epidemiology improve mental health services for children and adolescents?. J AmAcad Child Adolesc Psychiatry 1993;32(6):1106-14.

Meltzer H, Gatward R, Goodman R, Ford T. Mental health of children and adolescents in Great Britain. London: The Stationery Office;2000.

Nikapota AD. Child psychiatry in developing countries. Br J Psychiatry 1991; 158:743-51.

Almeida-Filho N. Development and assessment of the QMPI: a Brazilian children’s behaviour questionnaire for completion by parents. Soc Psychiatry 1981;16:205-12.

Almeida-Filho N. Family variables and child mental disorders in a Third World urban area(Bahia, Brazil). Soc Psychiatry 1984; 19:23-30.

Fleitlich BW, Goodman R. Social factors associated with child mental health problems in Brazil: cross-sectional survey. Br med J2001; 323:599-600.

Fleitlich-Bilyk B. A saúde mental nos jovens brasileiros: quais são os principais problemas e como podemos ajudar? J Bras Psiquiatr2005; 54(3):168-9.

Waidman MAP, Stamm M. Família e saúde mental. Ciênc, cuid. Saúde 2003; Suppl 2.

Motta MGV, Luz AMH. Família como unidade de desenvolvimento humano e saúde. Ciênc, Cuid. Saúde 2003; suppl 2.

Vitolo YLC, Fleitlich-Bilyk B, Goodman R. Crenças e atitudes educativas dos pais e problemas de saúde mental em escolares. Rev. Saúde Pública 2005; 39(5):716-24.

Humerez DC. Em busca de lugares perdidos: Assistência ao doente mental revelada através das histórias de vida[doutorado]. São Paulo (SP): Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 1996.

Gomes JC. Educação para a família: uma proposta de trabalho preventivo. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 1994; 4(5):34-9.

Waidman MAP. O cuidado a famílias de portadores de transtornos mentais no paradigma da desenstitucionalização [doutorado].Florianópolis (SC): Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina; 2004.

Saggese E, Leite LC. Área de saúde do adolescente e do jovem. Cad Juventude Saúde e Des 1999; (1):303.

Garrison CZ, Jackson KL, Marsteller F, Mckeown R, Addy C. A longitudinal study of depressive symptomatology in young adolescents. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry 1990; 29(4):581-5.

Nunes SOB, Dario J, Paulucci I. Avaliação familiar de distúrbios mentais em depressões infanto-juvenis. J Bras Psiquiatr. 1992;41(8):411-5.

Goodman SH, Hoven CW, Narrow WE, Cohen P, Fielding B. Measurement of risk for mental disorders and competence in a psychiatric epidemiological community survey: The National Institute of Mental Health methods for the epidemiology of child and adolescent mental disorders (MECA) study. Soc Psychiatry 1998; 33:162-73.

Rohde LA. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Rev Bras Psiquiatr 2000;22(2):07-11.

Biederman J, Newcorn J, Sprich S. Comorbidity of attention deficit hyperactivity disorder with conduct, depressive, anxiety, and other disorders. Am J Psychiatry 1991;148(5):564-77.

Wolff S. Non-delinquent disturbances of conduct. In: Wolff S. Child and Adolescent Psychiatry. Boston: Blackwell Scientific Publications; 1985. p.400-23.

Waidman MAP. Enfermeira e Família Compartilhando o Processo de Reinserção Social do Doente Mental [dissertação]. Florianópolis (SC): Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina; 1998.

Bradford R. Children, families and chronic disease – psychological models and methods of care. Londres: Routledge; 1997.

Walsh F, Mcgoldrick M. A perda e a família: uma perspectiva sistêmica. In: Walsh F, McGoldrick M, organizadores. Morte na família: sobrevivendo às perdas Porto Alegre: Artes Médicas; 1998. p.187-98.

Fernandes PT, Souza EAP. Inventário simplificado de qualidade de vida na epilepsia infantil: primeiros resultados. Arq Neuro-Psiquiatr. 1999; 57(1):40-3.

Irving S. Enfermagem Psiquiátrica básica. Rio de Janeiro: Interamericana; 1979.

Stefanelli MC. Comunicação com paciente: teoria e ensino. São Paulo: Robe; 1993.

Koga M. Programa de saúde da família de Maringá: opinião sobre a atenção à saúde mental[tese]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo;2003.

Downloads

Publicado

2007-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original