Prevalência de sintomas depressivos na perimenopausa

Autores

  • Genilda Garcia Calvoso Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Roberto Calvoso Júnior Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-Infantil
  • Alberto Olavo Advíncula Reis Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-Infantil
  • José Mendes Aldrighi Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-Infantil

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19895

Palavras-chave:

Menopausa, transição menopausal, perimenopausa, sintomas depressivos, prevalência, revisão sistemática da literatura

Resumo

OBJETIVO: realizar revisão sistemática de estudos de prevalência dos sintomas depressivos na perimenopausa. MÉTODO: A pesquisa foi efetuada a partir das bases de dados MEDLINE e EMBASE. Foram incluídos estudos transversais originais com populações adultas (idade de 40 a 55 anos), no período de 1996 a 2006, que estimaram a prevalência de sintomas depressivos na perimenopausa nos idiomas: inglês, francês, espanhol e português. A seleção dos estudos pela estratégia de busca foi feita de forma independente por dois avaliadores. Foram incluídos os estudos que preencheram os seguintes critérios metodológicos: características epidemiológicas, definições de perimenopausa, instrumentos válidos utilizados para sintomas depressivos. RESULTADOS: Após a avaliação de 1.345 artigos, restaram apenas cinco que caracterizaram uma população de 11.020 mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Constatamos que a prevalência de sintomas depressivos na perimenopausa variou entre 19% e 73%. CONCLUSÃO: A presente revisão sistemática mostrou expressiva variação na prevalência de sintomas depressivos na perimenopausa; ademais, não foi possível caracterizar se a sintomatologia depressiva na perimenopausa decorreu exclusivamente de flutuações hormonais observadas neste estágio da vida ou de antecedentes prévios de depressão.

Referências

Aldrighi JM, Lima SMRR, Fráguas Jr R. Menopausa e climatério. In: FráguasJr R, Figueiró JAB e cols. Depressões em medicina interna e em outras condições médicas: depressões ecundárias. São Paulo: Atheneu,2000; 363-68.

Soules MR, Sherman S, Parrott E, Rebar R, Santoro N, Utian W, Woods N. Stages of Reproductive Aging Workshop (STRAW). J Womens Health Gend Based Med. 2001; Nov;10(9):843-8.

Dennerstein L, Lehert P, Guthrie J. The effects of the menopausal transition and biopsychosocial factors on well-being. Arch Women Ment Health 2002; 5:15-22.

Calvoso JrR, Aldrighi JM, Negrão CE, Trombetta IC, Ramires JAF. Efeito do estradiol sobre as respostas cardiopulmonar e metabólica em mulheres normotensas após a menopausa submetidas à ciclo ergoespirometria. Arq Bras Cardiologia. 2005;84(1):15-19.

Favarato MEC, Hueb WA, Aldrighi JM. Qualidade de vida em portadores de doença arterial coronária submetidos a diferentes tratamentos. Rev. Assoc. Med. Bras. 2006;52(4):236-241.

Kessler RC, Mc McGonagle K, Zhao S, Nelson CB, Hughes M, Eshleman S, et al. Lifetime and 12-month prevalence of DSMIII-R psychiatric disorders in the United States. Arch Gen Psychiatry. 1994;51:8-19.

Harlow BL, Cohen LS, Otto MW, Spiegelman D, Cramer DW. Prevalence and predictors of depressive symptoms in older premenopausal women. Arch Gen Psychiatry. 1999;56:418-24.

Soares CN, Almeida OP, Joffe H, Cohen LS. Efficacy of estradiol for the treatment of depressive disorders in per menopausal women: a double-blind, randomized, placebo-controlled trial. Arch Gen Psychiatry. 2001;58:529-34.

Born L, Steiner M. The relationship between menarche and depression in adolescence. CNS Spectrums2001;6:126-38.

Cohen LS, Soares CN, Joffe H. Diagnosis and management of mood disorders during the menopausal transition. In: The American Journal of Medicine. 2005; 118(12 supl. 2):93-97.

Freeman EW, Sammel MD, Rinaudo PJ, Sheng L. Premenstrual syndrome as a predictor of menopausal symptoms. PMS and Menopausal Symptoms. 2004;103(5 part 1).

Richards M, Rubinow DR, Daly RC, Schmidt, PJ. Premenstrual and per menopausal depression. Am J Psychiatry. 2006; 163:133-137.

Avis NE, Brambilla D, McKinlay SM, Vass K. A longitudinal analysis of the association between menopause and depression: results from the Massachusetts Women’sHealth Study. Arch Epidemiol. 1994;4:214-220.

Schmidt PJ, Haq N, Rubinow DR. Alongitudinal evaluation of the relationship between reproductive status and mood in perimenopausal women. Am J Psychiatry. 2004;161:12.

Bromberger JT, Assmann SF, Avis NE, Schocken M, Kravitz HM, Cordal A. Persistent mood symptoms in a multiethnic community cohort of pre-and perimenopausal women. Am J Epidemiol. 2003;158(4):347-56.

Suau GM, Normandia R, Rodriguez R, Romaguera J, Segarra L. Depressive symptoms and risk factors among perimenopausal women. P R Health Sci J. 2005;24(3):207-10.

Amore M, Di Donato P, Papalini A, Berti A, Palareti A, Ferrari G, et al. Psychological status at the menopausal transition: an Italian epidemiological study. Maturitas. 2004; 48(2):115-24.

Dennerstein L. Well-being, symptoms and the menopausal transition. Maturitas. 1996; Mar;23(2): 147-57.

Cohen LS, Soares CN, Allison F, Vitonis AF, Otto MW, Harlow BL. Risk for new onset of depression during the menopausal transition. Arch Gen Psychiatry. 2006; 63:385-390.

Schmidt PJ, Murphy JH, Danaceau MA, Simpson SC. Basal plasma hormone levels in depressed perimenopausal women. Psychoneuro Endocrinology. 2002; 27:907-920.

Evangelista EI, Cezarino PYA, Mieli MPA, Aldrighi JM. Autonomia e climatério. Femina. 2005;33(1):67-68.

Pan HA, Wu MH, Hsu CC, Yao BL, Huang KE. The perception of menopause among women in Taiwan. Maturitas. 2002 Apr 25;41(4):269-74.

Rasgow N. Is there an increased risk of depression during the menopause transition? In: Menopause: The Journal NAMS. 2007;3(1):1-3.

Pereira MG. Morbidade. In: Pereira MG. Epidemiologia teoria e prática. 8 ed.2005:76-104.

Biblioteca Cochrane. Disponível em: http://cochrane.bireme.br/index.php.Acessado em 20 de janeiro de 2007.

MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online. Disponível em: National Library of Medicine(NLM).

EMBASE - Excerta Médica Database. Disponível em: http://www1.elsevier.com/homepage/sah/spd/site/locate_embase.html.

DeCS - Descritores em Ciências da Saúde. Disponível em: http://decs.bvs.br/. Acessado em 4 de fevereiro de 2005.

Alphabetical list of titles of Cochrane Reviews. Disponível em: http://www.centrocochranedobrasil.org. Acessado em 17 de maio de 2005.

Gracia CR, Sammel MD, Freeman EW, Lin H, Langan E, Kapoor S, et al. Defining menopause status: creation of a new definition to identify the early changes of the menopausal transition. Menopause 2005;12(2):128-35.

Porter M, Penney GC, Russell D, Russeli E. a population based survey of women’s experience of the menopause. British J Obstetrics Gynaecology. 1996(103): 1025-1028.

Punyahotra S, Dennerstein L, Lehert P. Menopausal experiences of Thai women. Part 1: Symptoms and their correlates. Maturitas 1997;26: 1-7.

Lagos PX, Navarro HN, Illanes VE, Bustos ML. Prevalencia de sintomas biológicos y psicológicos en mujeres perimenopáusicas, según estratosocio económico, en la ciudad deTemuco. Rev Méd Chile. 1998;126:1189-1194.

Pedro AO, Pinto-Neto AM, Costa-Paiva LHS, Osis MJD, Hardy EE. Climacteric syndrome: a population-based study in Brazil. Rev Saúde Pública. 2003;37(6):735-42.

Anderson D, Yoshizawa T, Golischewski S, Atogami F, Courtney M. Relationship between menopausal symptoms and menopausal status in Australian and Japanese women: preliminary analysis. Nursing Health Sciences. 2004; 6:173-180.

Hearst N, Grady D, Barron HV, Kerlikowske K. Pesquisas com dados existentes: análise de dados secundários, estudos suplementares e revisões sistemáticas. In: Hulley SB et al. Delineando a pesquisa clínica: uma abordagem epidemiológica. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2003; 225-244.

Galvão CM, Sawada NO, Trevizan MA. Revisão sistemática: recurso que proporciona a incorporação das evidências na prática da enfermagem. Rev.Latino-Am. Enfermagem . 2004;12(3).

Martins HS, Olmos RD. Metanálise –princípios, vantagens e limitações. In: Benseñor IM, Lotufo PA. Epidemiologia: abordagem prática. São Paulo: Savier, 2005;245-272.

Radloff LS. The CES-D Scale: a self-report depression scale for research in the general population. Appl Psychol Meas 1977; 1(3):385-401.

Greene JG Constructing a standard climacteric scale. Maturitas. 1998;29:25-31.

Kaufert P, Syrotuik J. Symptom reporting at the menopause. Soc Sci Med. 1981;15:173-84.

Boulet MJ, Oddens BJ, Lehert P, Vemer HM, Visser A. Climacteric and menopause in seven South-east Asian countries. Maturitas. 1994;19:157-76.

Utian WH, Schiff I. North American Menopause Society -Gallup survey on women’s knowledge, information sources, and attitudes to menopause and hormone replacement therapy. Menopause. 1994;1:39-48.

Calil HM, Pires MLN. Aspectos gerais das escalas de avaliação de depressão. Rev Psiquiatr Clin. 1998;25:240-4.

Rabkin JG, Klein DF. The Clinical Measurement of Depressive Disorders. In: The Measurement of Depression. The Guilford Press. New York: 1987; p.30-83.

Blay SL. Escalas de avaliação utilizadas em múltiplos quadros. Rev Psiq Clin.1999;26(2). Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r262/artigo(106).htm. Acessado em 17 de janeiro de 2007.

Jorge MR, Custódio O. Utilidade das escalas de avaliação para clínicos e pesquisadores. Rev Psiq Clin. 1999;26(2). Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r262/artigo(106).htm. Acessado em 17de janeiro de 2007.

Silveira DX, Jorge MR. Propriedades psicométricas da escala de rastreamento populacional para depressão CES-D em populações clínica e não-clínica de adolescentes e adultos jovens. Rev. Psiq.Clin. 1998;25(5). Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r255/depre255c.htm. Acessado em 17 de janeiro de 2007.

Downloads

Publicado

2008-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original