Depressão infantil e desenvolvimento psicocognitivo: descrição das relações de causalidade

Autores

  • Modesto Leite Rolim Neto Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-graduação
  • Thalita do Nascimento Silva Universidade Federal do Ceará
  • José Kleber Mota Assunção Filho Universidade Federal do Ceará
  • Rebeca de Sousa Carvalho Universidade Federal do Ceará
  • Saulo Araújo Teixeira Universidade Federal do Ceará
  • Nádia Nara Rolim Lima Universidade Federal do Ceará
  • Daniela Pedroso Universidade Federal do Ceará
  • Jesus de Souza Cartaxo Universidade Federal do Ceará
  • Marcelo Marcos Piva Demarzo Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Jesualdo Alves Duarte Júnior Universidade Federal do Ceará
  • Alberto Olavo Advíncula Reis Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-graduação

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20042

Palavras-chave:

depressão, desenvolvimento infantil, depressão infantil

Resumo

Alterações de humor e distúrbios de saúde mental têm reconhecida influência no comportamento social, familiar e escolar de crianças e adolescentes. A incidência desses transtornos tem apresentado a tendência de aumento em todo o mundo e seu diagnóstico precoce aventa discussões a respeito da interferência dessas patologias no processo natural de desenvolvimento psicocognitivo de seus portadores. Este estudo pretende descrever como a depressão infantil interfere no desenvolvimento cognitivo, a partir de alterações na esfera psicocognitiva. Para tal, foram consultadas as bases de dados da SciELO e da Bi-blioteca Virtual de Saúde (BVS) no período de 2006 a 2011, utilizando os termos "depressão", "infantil" e "desenvolvimento". Após seleção dos resultados, oito artigos foram usados para a elaboração deste trabalho. Os resultados evidenciaram que a depressão infantil repercute negativamente no desenvolvimento cognitivo infantil. Transtornos psíquicos fazem a criança reconhecer-se como incapaz e expressar sentimentos de vergonha, indefinição, baixos níveis de autoestima e distanciamento das demandas da aprendizagem. O profissional de educação deve estar apto a reconhecer essas alterações manifestadas no ambiente escolar. A análise dos estudos mostrou que um ambiente externo saudável possibilita adequada maturação do sistema cognitivo e protege a criança da depressão infantil. Enquanto a maioria dos estudos sugere relação causal entre depressão e dificuldade cognitiva, outros estudos mostram a relação inversa, em que a baixa cognição gera sintomas de depressão. A dificuldade de aprendizagem e a depressão infantil podem coexistir sem que haja, necessariamente, uma relação de causalidade entre si. Dessa forma, faz-se necessário o diagnóstico precoce a fim de que as modificações do desenvolvimento cognitivo possam ser reparadas, sem maiores injúrias para as crianças acometidas.

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Publicado

2011-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original