MATERNIDADE E O ABUSO SEXUAL INFANTIL INTRAFAMILIAR: GARANTIR UM COLO PROTETOR
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.46709Palavras-chave:
maternidade, abuso sexual, proteção da criança, família.Resumo
Diversas têm sido as mudanças relativas à condição feminina ao longo das últimas décadas. No entanto, no discurso dominante ainda persiste a função materna enquanto atribuição da mulher no cuidado e na proteção da prole. A mulher continua a ser encarada enquanto a grande responsável pelo equilíbrio familiar. Ao enfrentar a circunstância do abuso sexual intrafamiliar de um filho, a mãe poderá garantir um colo protetor à criança ou silenciar, em cumplicidade com o abusador. A possibilidade de vir a ser agente eficaz de proteção do filho confere à mãe a condição de reconfigurar as relações familiares ao dar limites e determinar prioridades de atenção. O presente artigo visa analisar a maternidade quando defrontada com casos de abuso sexual infantil intrafamiliar. Adotase na pesquisa uma estratégia qualitativa mediante revisão de literatura e revisão legislativa. A primeira foi realizada com levantamento de artigos científicos em periódicos observando-se palavras-chave relacionadas ao leque de possibilidades para apreensão do fenômeno. O resultado da revisão de literatura evidencia que variáveis sobre origem econômico-social da mãe pode influenciar sua reação. A revisão legislativa aponta a necessidade de superar a leitura da norma para a sua efetiva implementação. Observase, igualmente, que a concepção acerca da maternidade poderá alterar-se consoante determinada cultura, contexto histórico-social. A ocorrência de adversidades que atingem a sua prole enseja uma postura proativa, descolada da condição de administradora doméstica. Quando firme, o cuidado materno pode significar a proteção da integridade da criança.Downloads
Referências
Dias AC, Lopes R. Representações de maternidade de mães jovens e suas mães. Psicol estud 2003; 8(1):63-73.
Serpa MG. Perspectivas sobre papéis de gênero masculino e feminino: um relato de experiência com mães de meninas vitimizadas. Psicol Soc 2010; 22(1):14-22.
Martins CB, Jorge MH. Abuso sexual na infância e adolescência: perfil das vítimas e agressores em município
do sul do Brasil. Texto contexto enferm 2010; 19(2): 246-255.
Hooper CA. Madres sobrevivientes al abuso sexual de sus niños. Nueva Visión: Buenos Aires; 1994.
Rabinovich E, Moreira L, Franco A. Papéis, Comportamentos, Atividades e Relações entre os Membros da Família Baiana. (no prelo).
Scavone L. Dar a vida e cuidar da vida: feminismo e ciências sociais. São Paulo: Ed. UNESP; 2004.
Wagner A et al. Compartilhar tarefas? Papéis e funções de pai e mãe na família contemporânea. Psic: Teor e Pesq 2005; 21(2): 181-186.
Azevedo KR, Arrais A. O mito da mãe exclusiva e seu impacto na depressão pós-parto. Psicologia: Reflexão
e Crítica 2006; 19(2): 269-276.
Moreira RL, Rasera E. Maternidades: os repertórios interpretativos utilizados para descrevê-las. Psicol Soc 2010; 22(3): 529-537.
Meyer DE. A politização contemporânea da maternidade: construindo um argumento. Revista de Gênero 2006; 6(1):81-104.
Habigzang LF et. al. Abuso sexual infantil e dinâmica familiar: aspectos observados em processos jurídicos. Psic: Teor e Pesq 2005; 21(3): 341-348.
Pfeiffer L, Salvagni E. Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência. J Pediatr (Rio J.) 2005;81(5 Supl): S197-S204.
Faleiros E, Campos J. Repensando os conceitos de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Brasília: UNICEF; 2000.
Santos SS, Dell’Aglio D. Compreendendo as mães de crianças vítimas de abuso sexual: ciclos de violência. Estud psicol (Campinas) 2008; 25(4): 595-606.
Habigzang LF et al. Grupoterapia cognitivo-comportamental para meninas vítimas de abuso sexual: descrição de um modelo de intervenção. Psicol clin 2006; 18(2):163-182.
Furniss T. Abuso sexual da criança: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.
Baptista RS et al. Caracterização do abuso sexual em crianças e adolescentes notificado em um Programa Sentinela. Acta paul enferm 2008; 21(4): 602-608.
Moreira LE, Nardi HC. Mãe é tudo igual? Enunciados produzindo maternidade(s) contemporânea(s). Rev Estud Fem 2009; 17(2): 569-594.
Quiroz MI, Peñaranda FC. Significados y respuestas de las madres al abuso sexual de sus hijas(os). Rev Latinoam cienc soc niñez juv 2009; 7(2): 1027-1053.
Dias MB. Incesto e o Mito da Família Feliz. In: Dias MB, organizadora. Incesto e alienação parental: realidades
que a justiça insiste em não ver. São Paulo: RT; 2010. p. 153-184.
Pires Filho MF. Abuso sexual em meninos: a violência intrafamiliar através do olhar do psicólogo que atende em instituições. Curitiba: Juruá; 2009.
Santos SS, Dell’Aglio D. Revelação do abuso sexual infantil: reações maternas. Psic: Teor e Pesq 2009; 25(1):85-92.
Araújo MF. Violência e abuso sexual na família. Psicol estud 2002; 7(2): 3-11.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis