Insatisfação corporal em escolares de uma cidade do Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.72154Palavras-chave:
imagem corporal, estado nutricional, percepção de peso, obesidade abdominal, obesidade, saúde escolarResumo
A insatisfação corporal associa-se a transtornos alimentares, dificuldades de relacionamento interpessoal e ideação suicida. Objetivou-se estimar a prevalência de insatisfação corporal, e verificar sua associação com variáveis infantis e maternas de escolares do 4º e 5º ano de escolas municipais de Itajaí, Santa Catarina. Sorteou-se 737 escolares, de 22 escolas urbanas e rurais. A coleta de dados compreendeu a coleta de dados antropométricos, aplicação de questionários para a criança e para seu responsável. A insatisfação corporal foi identificada, pela diferença entre a percepção da silhueta atual e àquela desejada pelos escolares. Calcularam-se as Razões de Prevalência (RP) e Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%). A taxa de resposta foi 81,7% (n = 602). A prevalência de insatisfação corporal foi de 76,9%. Escolares acima do peso, e aqueles com excesso de gordura abdominal apresentaram prevalência 21% e 30%, superiores de insatisfação corporal. Filhos de pais com excesso de peso apresentaram prevalência 12% maior. Tentativas de emagrecer ou engordar foi 23% e 21% maior entre as crianças insatisfeitas com o peso. Após análise ajustada a prevalência foi menor entre as meninas (RP 0,9 IC95% 0,8;1,0) e maior entre crianças com excesso de gordura abdominal e que realizaram tentativas de perder ou ganhar peso (RP 1,2 IC95% 1,1; 1,4). Osresultados indicaram elevada prevalência de insatisfação corporal, principalmente entre os meninos. Aproximadamente metade dos escolares desejou peso inferior, contudo, entre os meninos o desejo de ganhar peso foi maior. A gordura na região abdominal associou-se fortemente à maior prevalência de insatisfação corporal.
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