Alimentação escolar: o que o desenho infantil revela

Autores

  • Tatiana Yuri Assao Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
  • Marcia Faria Westphal Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
  • Cláudia Maria Bógus Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
  • Bruna Robba Lara Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
  • Ana Maria Cervato Mancuso Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.76136

Palavras-chave:

alimentação escolar, educação alimentar e nutricional, pesquisa qualitativa, programas e políticas de nutrição e alimentação

Resumo

Objetivo: Identificar as percepções das crianças do ensino fundamental de escola públicas do município de Guarulhos, São Paulo, sobre a alimentação escolar. Método: Trata-se de um estudo do tipo descritivo com abordagem qualitativa. Participaram 82 crianças de 4 escolas selecionadas por desenvolverem atividades educativas em alimentação e nutrição, dentre as 63 instituições. Para coleta dos dados optouse pela técnica do desenho e a entrevista com as crianças para sua interpretação do desenho. Foram apresentados 13 desenhos, aqueles representativos de conteúdos expressos por um dos grupos de crianças. As verbalizações das crianças descrevendo os desenhos foram gravadas e transcritas, e juntamente com o conteúdo resultante da análise do material gráfico, submetidos à análise de conteúdo. Resultados: De acordo com os desenhos das crianças e suas respectivas verbalizações, a alimentação escolar estava associada: aos alimentos, os que são ofertados, que estes saciam a fome e trata-se de um momento que proporciona prazer; ao ambiente, o destaque foi para a estrutura física em que eram realizadas as refeições e a organização da fila que se formavam para se servirem e nas relações, representando a alimentação como um momento de convivência, de conversar e socializar com os amigos. Considerações Finais: Para as crianças a alimentação escolar adquire uma representação que extrapola o ato da alimentação, é um momento que engloba a relação com os alimentos, o ambiente escolar e as relações com os pares. Desta forma, um dos desafios para os gestores e toda a comunidade envolvida, é incorporar essas dimensões que permeiam a alimentação e que foram apontados como fundamentais e parte integrante do cenário escolar.

Biografia do Autor

  • Tatiana Yuri Assao, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
    Departamento de Nutrição. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo
  • Marcia Faria Westphal, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
    Departamento de Práticas de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo
  • Cláudia Maria Bógus, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
    Departamento de Práticas de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo
  • Bruna Robba Lara, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
    Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo
  • Ana Maria Cervato Mancuso, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
    Departamento de Nutrição. Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo

Referências

Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Alimentação Escolar. Brasília: MEC; 2011. [acesso em 12 julho 2013]. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/index.php/programasalimentacao-escolar.

Hoffmann, R. Determinantes do consumo da merenda escolar no Brasil: análise dos dados da PNAD de 2004 e 2006. Segurança alimentar e nutricional. 2012; 19(1): 33–45.

Teo CRPA, Corrêa EM, Gallina LS, Fransozi C. Programa nacional de alimentação escolar: adesão, aceitação e condições de distribuição de alimentação na escola. Nutrire: Rev Soc Bras Alim Nutr. 2009; 34(3):165-185.

Diez-Garcia RW. Mudanças Alimentares: implicações práticas, teóricas e metodológicas. In: Diez-Garcia RW, Cervato-Mancuso AM, organizadores. Nutrição e Metabolismo: Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p.3-17.

Caniné ES, Ribeiro VMB. A prática do nutricionista em escolas municipais do Rio de Janeiro: um espaço-tempo educativo. Ciênc Educ. 2007; 13(1):47-70.

Ceccim RB. A merenda escolar na virada do século: agenciamento pedagógico da cidadania. In: Em aberto: merenda escolar. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto; 1995. p. 54-62.

Iuliano B A, Cervato-Mancuso AM, Gambardella AMD. Educação nutricional em escolas de ensino fundamental do município de Guarulhos-SP. O mundo da saúde. 2009; 33(3):264–272.

Alexandro MC. Os caminhos paralelos do desenvolvimento do desenho e da escrita. Construção Psicopedagógica. 2010; 18(17):20-41.

Derdyk E. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione; 1989. 239 p.

Van-Kolck OL. Interpretação psicológica de desenhos: três estudos. São Paulo: Pioneira; 1968. 179 p.

Piaget J, Inhelder B. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 1998.137 p.

Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8 ed. São Paulo: Hucitec; 2004. 269 p.

Nogueira-Martins MCF, Bógus CM. Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde Soc. 2004; 13(3): 44-57.

Garcia RWD. Representações Sociais da Comida no Meio Urbano: algumas considerações para o estudo dos aspectos simbólicos da alimentação. Rev Cadernos de Debate Unicamp. 1994; 2: 12-40.

Zuin LFS, Zuin PB. Alimentação é cultura – aspectos históricos e culturais que envolvem a alimentação e o ato de se alimentar. Rev Soc Bras Alim Nutr. 2009; 34(1): 225-241.

Poulain J, Proença RPC, Diez-Garcia RW. Diagnóstico das práticas e comportamento alimentar: aspectos metodológicos. In: Diez-Garcia RW, Cervato-Mancuso AM, organizadores. Nutrição e Metabolismo: Mudanças Alimentares e Educação Nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p.149-163.

Toral N, Slater B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Ciên Saúde Coletiva. 2007; 12(6): 1641-1650.

Fernandes MH, Rocha VM, Souza DB. A concepção sobre saúde do escolar entre professores do ensino fundamental. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. 2005; 12(2):283-291.

Bleil RAT, Salay E, Silva MV. Adesão ao Programa de Alimentação Escolar por alunos de instituições públicas de ensino no município de Toledo, PR. Rev Segurança Alimentar e Nutricional. 2009; 16(1): 65-82.

Muniz VM, Carvalho AT. O Programa Nacional de Alimentação Escolar em município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa. Rev Nutr. 2007; 20(3): 285-296.

Abreu M. Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso escolar ou direito da criança e ato pedagógico? In: Em aberto: merenda escolar. Brasil: Ministério da Educação e do Desporto; 1995. p. 5-20.

Cunha E, Sousa AA, Machado NMV. A alimentação orgânica e as ações educativas na escola: diagnostico para a educação em saúde e nutrição. Ciênc Saúde Coletiva. 2010; 15(1): 39-49.

Alves HJ, Boog MCF. Comportamento alimentar em moradia estudantil: um espaço para promoção da saúde. Rev Saúde Pública. 2007; 41(2): 197-204.

Santos GL, Chaves AM. Reconhecimento de direitos e significados de infância entre crianças. Rev Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. 2010; 4(2): 281-290.

Assao TY, Cervato-Mancuso AM. Alimentação saudável: percepções dos educadores de instituições infantis. Journal of Human Growth and Development. 2008; 18(2): 126–134.

King, M. Health is a sustainable state. Lancet, 1990, 336: 664-667.

McMichael, AJ. Population health as the ‘bottom line’ of sustainability: a contemporary challenge for public health researchers. European Journal of Public Health, 16: 579-582.

Atrash HK, Carpentier R. The evolving role of public health in the delivery of health care. Journal of Human Growth and Development. 2012; 22(3): 396-399.

Downloads

Publicado

2014-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais