O antiflâneur de “Walking Around”: errância e estranhamento na cidade

Autores

  • Carla Cancino Franco Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145744

Palavras-chave:

Neruda, poesia, vanguarda, flâneur

Resumo

A poesia do século XIX consagrou como um de seus arquétipos literários representativos a figura do flâneur, caminhante observador que encarna o espírito do homem curioso que, sem destino certo, vaga pela cidade surpreendido com a variedade da paisagem urbana. O flâneur ganhou destaque na poesia de Charles Baudelaire. No século XX, mais precisamente no poema “Walking Around”, Pablo Neruda redesenha os contornos do flâneur, a partir do olhar da vanguarda. Ressurge nos versos do poeta chileno a figura do homem que caminha pela cidade. Este, porém, diferente do andarilho do século anterior, já não é um observador apaixonado, mas um antiflâneur. Sua relação com o espaço urbano não é mais de admiração, mas de choque permanente. A sintonia passou à dissonância; a curiosidade deu lugar ao estranhamento e o deleite do ócio tornou-se cansaço. O poeta, antes observador unilateral, sofre agora a ação dos objetos do mundo, sentindo o cansaço, a angústia e a culpa de seu tempo.

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Biografia do Autor

  • Carla Cancino Franco, Universidade de São Paulo
    Jornalista, possui graduação em Comunicação Social Com Habilitação em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (1990) . Graduada em Direito pela Universidade Mackenzie. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Letras.

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Publicado

2018-04-28

Edição

Seção

Dossiê: A poesia vanguardista Hispano-americana

Como Citar

Franco, C. C. (2018). O antiflâneur de “Walking Around”: errância e estranhamento na cidade. La Junta (São Paulo), 2(1), 17-23. https://doi.org/10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145744