Estados Unidos e América Hispânica: espelhos para uma jovem república
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-4485.lev.2011.132288Resumo
Este texto tem como objetivo trabalhar com a reflexão dos intelectuais brasileiros sobre os Estados Unidos e a América Latina no contexto conturbado dos primeiros anos da república brasileira, ainda muito marcada pela instituição monárquica. A escolha dos autores presentes neste artigo, assim como o enquadramento por nós empreendido no interior do trabalho foi intencional no sentido de deixar claro que os brasileiros passaram a olhar com mais atenção os exemplos fornecidos pelo continente depois da Proclamação da República. Porém, a divisão do texto em duas partes busca evidenciar também duas visões conflitantes nesse período em relação ao processo de “americanização republicana”. A primeira parte é dedicada às primeiras críticas à política de aproximação com os Estados Unidos, cuja obra de Eduardo Prado, A ilusão americana, seria a marca dessa vertente. Na segunda parte, procuramos mostrar como dois autores, Joaquim Nabuco e Oliveira Lima, ainda fortemente atrelados às concepções monárquicas, iriam buscar o exemplo, tanto institucional quanto civilizacional, na imagem de república fornecida pelos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que recusavam o exemplo e a aproximação com os demais países latino-americanos. Nesse sentido, já nos primeiros anos da república, pudemos ver de forma mais explícita em Oliveira Lima as concepções de base racial e civilizacional guiando fortemente sua interpretação. Nesse sentido, se formos capazes de demonstrar que a discussão em torno do Panamericanismo no Brasil e da escolha por uma aproximação com os Estados Unidos tinha um forte viés fincado na questão da raça e da civilização, talvez possamos contribuir para iluminar uma face das relações entre o Brasil e as Américas desenvolvidas sob a política do Pan-americanismo na Primeira RepúblicaDownloads
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