Chamada para publicação Literartes n. 21

2023-12-15

O NONSENSE E SEUS ARREDORES: MUNDOS IMAGINÁRIOS NA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL

 

Prazo final para submissão de artigos PRORROGADO: 15  de maio de 2024. 

Publicação prevista para o segundo semestre de 2024.

 

Em seu 21º número a Revista Literartes – publicação do Grupo de Pesquisa Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens – abre espaço para um tema de especial importância: "O NONSENSE E SEUS ARREDORES: MUNDOS IMAGINÁRIOS NA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL". Em especial, destacamos a obra seminal A book of nonsense, escrita por Edward Lear (1812-1888), de onde partiram muitos outros textos de nonsense literário. Para o convite para esta edição, partimos da definição de nonsense de Wim Tigges que, em Anatomy of Literary Nonsense, coloca:

Um gênero de literatura narrativa que se equilibra entre a multiplicidade de sentido e a simultânea ausência de sentido. Esse equilíbrio é efetuado pelo jogo com as regras da linguagem, da lógica, da prosódia e da representação, ou pela combinação desses elementos. Para que seja bem-sucedido, o nonsense deve ao mesmo tempo convidar o leitor para a interpretação e evitar a sugestão que há um sentido mais profundo que deve ser obtido por meio da consideração de conotações ou associações, pois eles não levam a nada. Os elementos de linguagem e imagem que podem ser usados nesse jogo são primeiramente os da negatividade ou espelhamento, imprecisão ou mistura, repetição infinita, simultaneidade e arbitrariedade (TIGGES, 1988, p. 27, tradução nossa)

 

Um lugar muito especial na produção de Edward Lear é dedicado à multiplicidade de sentidos e aos paradoxos, além das armadilhas de certezas, fragmentações e precisão imprecisa. Que aspectos caracterizam a produção literária e cultural do nonsense?  De acordo com modelo de análise proposto por Granato (2021), o nonsense é caracterizado pela oposição, pela união de opostos, pela linguagem que estabelece e ultrapassa os limites, pela tensão entre o excesso de sentido e a ausência de sentido, pela repetição, pelo espelhamento, pela simultaneidade, pela arbitrariedade, pelos paradoxos, pela ambiguidade e pela transformação sem causa conhecida.

Outros elementos que também caracterizam o nonsense são a incerteza, a ausência de referências, o absurdo, além da fragmentação e da circularidade. Nessa linguagem, os personagens são instâncias linguísticas construídas em meio às tentativas de se organizar o conhecimento e reafirmar a experiência, com forma tradicional e conteúdo não tradicional.

Em 2024, ano em que se completam 212 do nascimento do Pai do Nonsense literário inglês, também coloca-se em debate a tendência iniciada por Gustave Verbeek com sua produção de história em quadrinhos no início do século XX que contava com duas histórias, uma na orientação usual, enquanto outra se construía na versão invertida (de ponta-cabeça) da página em que apresenta sua obra.

O presente número da Literartes convida a refletir sobre as obras que dialogam, ampliam, revisitam e repropõe esse mundo nonsense (im)possível percebido nas obras de Edward Lear – A book of nonsense, Lewis Carroll – Alice no País das Maravilhas, Gustave Verbeek – The Upside-down world of Gustave Verbeek, Edward Gorey – A bicicleta epiplética, entre outros autores, para que possamos investigar suas possíveis conexões com os mundos imaginários. Propõe-se uma análise de produções artísticas – da literatura, mas também cinema, pintura, música e outras artes – atravessadas pela linguagem nonsense e suas infinitas possibilidades.

 

Organização:

Prof. Dra. Fernanda Marques Granato (USP)

Prof. Dra. Maria Zilda da Cunha (USP)

Prof. Ma. Nathália Xavier Thomaz (USP)

 

Prazo final para submissão de artigos: 15 de maio de 2024 (PRAZO PRORROGADO).

Publicação prevista para o segundo semestre de 2024.

 

Normas para submissão

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