Figuralidade em Companhia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i17p48-54Palavras-chave:
Companhia, Samuel Beckett, figural, semiótica tensiva, Claude ZilberbergResumo
Na curta narrativa Companhia, de Samuel Beckett, o protagonista observa, no mostrador de um relógio na parede, uma sombra que aumenta e diminui de tamanho à medida que o ponteiro de segundos segue o seu curso normal. Um exame dessa passagem revela a possibilidade de uma intenção teórica do escritor ao mesmo tempo que faz eco às reflexões sobre a construção do sentido que recentemente passaram a ocupar lugar de destaque nas pesquisas semióticas, mais propriamente na chamada semiótica tensiva. Este artigo busca explicar o porquê de chamarmos a passagem mencionada de “intenção teórica” do escritor, apresentar as similaridades dessa intenção teórica com as reflexões semióticas no campo da figuralidade e demonstrar o valor heurístico da passagem mencionada para a economia de sentido e interpretação da obra.