O incontornável Corpo da Nação: reapropriações e heterodoxias futuristas em torno da Semana de Arte Moderna
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i36p148-171Palavras-chave:
Semana de arte moderna, Poesia modernista, Futurismo italiano, Influências externasResumo
O Futurismo italiano desempenhou uma tarefa complexa, sobretudo nos antecedentes da Semana de Arte de São Paulo mas não exclusiva. No artigo, não se reconstrói tanto a polêmica sobre o Futurismo que marcou a gestação da Semana, mas sobretudo o papel diferencial que o Futurismo italiano teve, como material de articulação de um processo mais amplo que o absorveu, na preparação da trama estética e ideológica modernista, inclusive quando a sua influência não se manifestaria de modo explícito. Sinteticamente e por imagem, se poderia dizer que ocorreu uma espécie de conservação negativa de valores reconduzíveis ao Futurismo italiano. Um reuso condicionado, na complexidade do corpo histórico e social do Brasil, que mostra como a influência externa funciona só no momento em que se converte em uma força de transformação interna, como a semiótica demostra. Nesta linha, o legado do Futurismo é perceptível em particular não só nas inconveniências da aurora moderna mas na disseminação que seguiu a emersão impetuosa dos valores do Modernismo, na refração de multíplices modernidades.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. Il tempo che resta. Un commento alla Lettera ai Romani. Torino: Bollati Boringhieri, 2000, pp. 57-59.
ARRIGUCCI, JR., D. Humildade, paixão e morte. A poesia de Manuel Bandeira. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
Bandeira, M. Itinerário de Pasárgada. In: Poesia completa e prosa, 4ª ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990, p. 60.
CANDIDO, A. Literatura e cultura de 1900 a 1945. In: Literatura e sociedade. 6ª Ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1980.
COPPOLA, Manuela. “Rented Spaces”: Italian Postcolonial Literature. Social Identities, 17 (1), 2011, p. 121-35.
BRITO DA SILVA, M. História do Modernismo brasileiro. Antecedentes da semana de arte moderna. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira - MEC, 1971.
ANDRADE, Mário de. “A poesia em 1930”. In: Aspectos da literatura brasileira, cit., p. 291.
ANDRADE, Mário de. O movimento modernista. In: Aspectos da literatura brasileira. 5ª Ed. São Paulo: Martins, 1974.
Fimiani, M. L’arcaico e l’attuale. Lévy-Bruhl, Mauss, Foucault. Torino: Bollati Boringhieri, 2000.
FOOT HARDMAN, F. Algumas fantasias de Brasil: o modernismo paulista e a nova naturalidade da nação. In: Pelas margens. Outros caminhos da história e da literatura. SALVADORI DE DECCA, E. E LEMAIRE, R. (orgs.). Campinas-Porto Alegre: Unicamp-UFRGS, 2000.
LOMBARDI-DIOP, Cristina & romeo, Caterina. Italy's Postcolonial ‘Question’: Views from the Southern Frontier of Europe. In: Postcolonial Studies, 18 (4), 2015, p. 367-383.
MATHIAS, Dionei. “Literatura e fluxos migratórios em contextos anglófonos”: sobre agênese discursiva de um campo de pesquisa. Scripta Uniandrade, v. 16, n. 2, 2018, p. 225-38.
MATHIAS, Dionei. Neue alte Welt und altes neues Ich. Diffusion migrationsbedingter Identitätsentwürfe in veränderten kulturgeografischen Zusammenhängen. Eine Analyse zu Romanen von Andre Levy, Meera Syal, Diran Adebayo und Hanif Kureishi. Tréveris: Wissenschaftlicher Verlag Trier, 2011.
SCEGO, Igiaba. Adua. Trad. de Francesca Cricelli. São Paulo: Nós, 2018.
SCHWARZ, R. A carroça, o bonde e o poeta modernista. In: Que horas são?. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
STEGAGNO PICCHIO, L. Pessoa, Martinetti e il futurismo mentale della generazione dell’Orpheu. In: Il poeta e la finzione. Scritti su Fernando Pessoa, com curadoria de TABUCCHI, A. Genova: Tilgher, 1983.
VECCHI, R. A insustentável leveza do passado que não passa: sentimento e ressentimento do tempo dentro e fora do cânone modernista. In: Memória e (res)sentimento. Indagações sobre uma questão sensível. BRESCIANI, S.;
NAXARA, M. (orgs.). 2ª ed. Campinas: Unicamp, 2004.
VIRNO, P. I rompicapo del materialista. In: AA.VV. Il filosofo in borghes.Roma: Manifestolibri, 1992, p. 59.
VIRNO, Scienze sociali e “natura umana”. Facoltà di linguaggio, invariante biologico, rapporti di produzione. Soveria Mannelli: Rubettino, 2002.
VIVAN, Itala. “From AfricaMix to Babilonia”: The African Voice Writing Italian. The Global South, v. 5, n. 2, 2012, p. 121-38.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Literatura e Sociedade

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.