Pobres heroínas de nossa gente: Macunaíma, mercadoria, dinheiro

Autores

  • Ana Paula Pacheco Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i41p304-331

Palavras-chave:

Macunaíma, Mario de Andrade, romance brasileiro, fetiche da mercadoria.

Resumo

O ensaio procura caracterizar os modos pelos quais o livro Macunaíma (1928), de Mario de Andrade, apreende, na implicação entre o arcaico e o moderno, a presença do dinheiro e do fetiche da mercadoria na modernização brasileira desigual e combinada. Assim fazendo, busca especificar a "extraordinária tristeza final" desse livro como a de um romance brasileiro, seguindo a trilha de pressupostos formulados por Roberto Schwarz. 

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Biografia do Autor

  • Ana Paula Pacheco , Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    é professora doutora do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde coordena o projeto de pesquisa “Corpo e trabalho na cultura brasileira contemporânea (literatura e cinema)”. É autora dos livros Lugar do mito–narrativa e processo social nas Primeiras estórias de Guimarães Rosa (2006), A casa deles (contos, 2009) e Ponha-se no seu lugar! (novela, 2020), além de vários ensaios. Entre eles: “O fogo de palhade 68”: o ponto de vista da montagem em No intenso agora, de João Moreira Salles, na revista Significação (2020), “O intelectual de classe média”, no livro Antonio Candido 100 anos (2018), “Grande sertão a partir de ‘A terceira margem do rio’”, no livro Infinitamente Rosa: 60 anos de Corpo de Baile e de Grande sertão: veredas (2018), “Os incomodados que se mudem”: a subjetividade contemporânea de Os inquilinos, de Sérgio Bianchi, na revista Novos estudos — Cebrap (2017), “Iracema-7 ”: cinema, malandragem, capitalismo,  na  revista Nova  síntese (Portugal,  2017), “Jagunços e homens livres pobres”: o lugar do mito no Grande Sertão, na revista Novos estudos — Cebrap (2008).

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Publicado

2025-10-09

Como Citar

Pacheco , A. P. . (2025). Pobres heroínas de nossa gente: Macunaíma, mercadoria, dinheiro. Literatura E Sociedade, 32(41), 304-331. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i41p304-331