A invisibilidade da imagem na prosa final de Beckett
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i17p76-87Palavras-chave:
Samuel Beckett, Imagem, Percepção, Gilles DeleuzeResumo
A prosa final de Samuel Beckett parece ter sido pautada por um desejo de esvaecimento de todas as imagens. Sua literatura da “despalavra” (non mot) é marcada por personagens e cenários insólitos, surgindo na fronteira de sua própria dissolução. Imagens frágeis, fugidias, que colocam em xeque o jogo da percepção comum, deslocando tempo e espaço. Que imagens são essas, que dão corpo a uma espécie de invisibilidade ou limite da visão? O vazio ou o nada: como figurá-los? Como dar corpo ao que escapa, ao que não tem forma perceptível? Essas questões são as que nos conduzem a pensar acerca da imagem, tal como presente-ausente na literatura de Beckett, e seus desdobramentos para a leitura do texto beckettiano.