Barravento, entre tese e forma
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2020.189712Palavras-chave:
Barravento, Glauber Rocha, cinema brasileiro, candomblé, Universidade da BahiaResumo
Barravento (1962) é o primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, um dos diretores-chave do Cinema Novo brasileiro. A ida a uma comunidade de pescadores de Xaréu no litoral da Bahia e a tomada de consciência da pobreza local, com todos os contratempos de produção do filme, foram decisivas no sentido de despertar uma perspectiva crítica aguda no seu autor. A ambiguidade característica do filme é fruto por um lado de uma visão política radical e revolucionária, segundo
a qual a cosmovisão mística da religiosidade iorubá era alienante, e por outro lado da contemplação antropológica de uma experiência local. Essa tensão reflete em muito o espírito de modernidade e vanguarda que tomou o ambiente social soteropolitano com a criação da Universidade da Bahia, durante os anos de formação do cineasta. A tensão segue pelos anos seguintes na consciência intelectual de Glauber e encontra uma síntese expressiva no manifesto-tese “Eztetyka da Fome”, de 1965.
Downloads
Referências
LIVROS:
Escorel, Eduardo. “Cinema: Arte profana – Glauber Rocha antes de Deus e o Diabo”. In: Novos Estudos Cebrap, n. 39, jul. 1994, p. 209-221.
Gatti, José. Barravento: a estreia de Glauber. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1987.
Jameson, Frederic. “Periodizando os anos 1960” (trad. César Brites e Maria Luiza Borges). In: Pós-modernismo e política (org. Heloísa Buarque de Hollanda). Rio de Janeiro: Rocco, 1992. p. 81-126.
Rebechi Junior, Arlindo. Glauber Rocha, ensaísta do Brasil. f. 291-302. Dissertação (Doutorado em Literatura Brasileira) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Risério, Antonio. Avant-garde na Bahia. São Paulo: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1995.
Risério, Antonio. Caymmi: uma utopia de lugar. São Paulo: Perspectiva, 1993. (Debates; v.253)
Rocha, Glauber. Cartas ao mundo (org. Ivana Bentes) – São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Rocha, Glauber. Revisão crítica do cinema brasileiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
Rocha, Glauber. Revolução do Cinema Novo. São Paulo, Cosac & Naify, 2004.
Rosenfeld, Anatol. Brecht e o Teatro Épico (org. Nanci Fernandes). São Paulo: Perspectiva, 2012.
Xavier, Ismail. Sertão Mar: Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
PERIÓDICO:
Rocha, Glauber. “Barravento no cinema brasileiro” [Entrevista a Walter Lima Júnior]. Correio da Manhã. Rio de Janeiro (RJ), 2° Caderno, p. 1, 17 abril 1962.
FILME:
BARRAVENTO, Direção: Glauber Rocha. Brasil: Iglu Filmes, 1961. 2 DVD (80 min.), p&b.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Cleiton Oliveira Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution CC-BY-NC-ND que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).