A nordestina como objeto estético

Autores

  • Adilma Secundo Alencar Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2020.189766

Palavras-chave:

Literatura Brasileira, Consciência interna, Narrador, Intelectualidade, Classe social

Resumo

Este ensaio pretende sublinhar os movimentos internos (conceito de Auerbach) presentes na novela de Clarice Lispector A hora da estrela (1977), a fim de destacar sua importância na construção e revelação do seu narrador e personagem Rodrigo S.M., e analisar o espaço de alargamento da consciência interna dos personagens como parte da narrativa em que observamos a fusão entre Macabéa e Rodrigo S.M., personagens construídos simetricamente ao longo da narrativa, como se o surgimento deles em tecido literário viesse apenas para nos revelar uma realidade tão evidentemente dura que fingimos recôndita. No prefácio que acompanha a primeira edição da obra, de 1977, o crítico literário Eduardo Portela, ao apresentar Macabéa, destaca que “A moça alagoana é um substantivo coletivo. A perda, o vazio, o oco são instâncias metafóricas da interdição histórica” (2017, p. 212). Esse fato é recebido pela crítica como uma novidade na escrita clariceana, pois a crítica percebe nessa obra um engajamento social mais intenso do que nas outras que a antecederam.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Adilma Secundo Alencar, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas

    Mestranda do programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Contato: adilmasecundo@usp.br

     

     

Referências

Auerbach, Erich. Mimesis. São Paulo: Perspectiva, 2015.

Assis, J. M. Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 2006.

Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio Júnior. 2. ed. Curitiba: Editora Positivo, 2011.

Gotlib, Nádia Battella. “Quando o objeto, cultural, é a mulher”. In: Lispector, Clarice. A hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

Lispector, Clarice. A hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

Lispector, Clarice. Entrevista a Júlio Lerner. Coordenação de TV Cultura. São Paulo, 1977. Disponível on-line.

Moraes, Dênis de. O humor de Henfil contra quem oprime. 2013. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2013/06/05/o-humor-de-henfil-contra-quem--oprime/>. Acesso em: 04 jul. 2019.

Melo Neto, João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

Ramos, Graciliano. “Carta de Graciliano Ramos a Portinari – 18.fev. 1946.” Disponível em: <http://graciliano.com.br/site/1946/02/carta-de-graciliano-ramos-a--portinari/>. Acesso em: 04 jul. 2019.

Ramos, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Ramos, Graciliano. Vidas secas. 99ª. ed. São Paulo: Record, 2006

Publicado

2020-11-11

Edição

Seção

Ensaios de Curso