Pele negra, máquinas do tempo: Leituras sobre legado escravista e utopias através da viagem no tempo em Kindred e Dawn de Octavia Butler
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2024.223555Palavras-chave:
Afrofuturismo, Afropessimismo, Frantz Fanon, Octavia ButlerResumo
Ao longo do estudo da bibliografia do curso Afropessimismo, Afrofuturismo e teorias críticas da raça, ministrado pelo Prof. Dr. Marcos Piason Natali, foi possível identificar os múltiplos sofrimentos vividos pelas massas negras no mundo tomando forma de literatura, música, poesia, ensaios. Por vezes, esses sofrimentos se projetam em imagens de uma outra vida, mundos imaginários onde sonhos emaranhados de pesadelos constituem uma outra sociabilidade, marcada por desejos complexos e heranças malignas. Nas páginas que seguem, investigo o que pressuponho ser uma subversão estética feita por Octavia Butler nos tipos de viagem no tempo nos romances Kindred (1979) e Dawn (1987).
Debateremos, em primeiro lugar, quais significados é possível extrair da comparação entre as formas de viagem no tempo, os tipos de deslocamento (presente → passado / presente → futuro) e as formas das máquinas – quando existentes – que possibilitam as viagens. Como afropessimismo e afrofuturismo se cruzam com a forma como essas viagens acontecem? Há um debate teórico relacionado às heranças da escravidão, assim como estratégias de superação dessas heranças, que seja possível desprender desses romances?
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