Pequeníssimo Panorama do Surrealismo no Brasil, por Mário de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2025.236246Palavras-chave:
Mário de Andrade, Surrealismo, Estética da recepçãoResumo
Partindo da controversa recepção acadêmica do Surrealismo no Brasil, especificamente sobre sua presença durante o século XX, o presente artigo pretende mapear a visão de Mário de Andrade acerca dessa questão. É possível aferir que o autor de Macunaíma tivera contato com o Manifesto do Surrealismo, de André Breton, assim como com a produção poética de alguns autores importantes ligados ao grupo surrealista, de acordo com os livros em sua biblioteca pessoal – preservada no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo (USP) – e suas anotações em fichas. Dessa maneira, fundamentando-se em seus textos críticos publicados em diversos veículos de imprensa e em sua produção epistolográfica, buscou-se mapear em que publicações da época o autor paulistano reconhecia traços e influências do movimento francês. Então, a partir desse levantamento, intenta-se compreender o que Mário de Andrade entendia por Surrealismo, isto é, quais as características estéticas que o remetiam ao movimento capitaneado por Breton. Ele reconhece essas influências em diversos de seus pares, alguns dos mais importantes integrantes do movimento modernista brasileiro dentre outros escritores, como Prudente de Moraes, neto, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Mendes de Almeida, Rosário Fusco, por exemplo. Por fim, considerando ainda que Mário discute essas opiniões com outros desses autores em suas missivas, conclui-se que a visão dele sobre o Surrealismo pode ser representativa da compreensão do movimento que era vigente naquele momento em algum recorte social – na intelectualidade ou dentre os jovens artistas, por exemplo – daquele período.
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