As ruínas do flâneur: do ócio burguês ao homem-sanduíche
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2025.236333Palavras-chave:
Flâneur, Walter Benjamin, Modernidade, ParisResumo
Este artigo examina as transformações do flâneur na ensaística de Walter Benjamin, desde sua figuração como o observador rentista e ocioso na Paris de meados do século XIX até sua encarnação assalariada como homem-sanduíche. Propõe-se aqui uma cartografia das fases inicial, média e tardia do flâneur, articulando a imagem conceitual do tipo filosófico com seu rastro histórico. Na Modernidade, pressionados pelo capitalismo em estruturação, poeta e poesia são compelidos a reclamar um novo lugar após a queda do paraíso edênico da arte. O trabalho tido como vulgar e o trabalho poético entram em tensionamento, assim como a subjetividade e o espírito de corpo na multidão.
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