A poesia, o absoluto e o labor artesanal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i25p45-59Palavras-chave:
Poesia, Ideia/absoluto, Criação literária.Resumo
Segundo Hegel, a literatura abre-se para a Ideia ou para a manifestação do absoluto. Esta abertura, porém, se dá de modo ambivalente, uma vez que a literatura se exprime através da particularidade dos seres, localizados num tempo, espaço ou situação específicas. Trata-se, pois, de um processo dialético, em que a literatura, partindo da particularidade e do espaço concreto, eleva-se, pela exclusão da particularidade, para a dimensão dos valores essenciais e infinitos. Esse artigo procura discutir algumas questões essenciais para a criação literária: como pode a literatura, dentro de seu espaço verbal, de seus recursos formais, criar condições sugestivas, propiciar alguma forma de abertura para essa idealização do absoluto? De que recursos cognitivos e formais se serve o escritor para que a obra possa exprimir o que nela se mostra? Há posições diametralmente diversas: há o poeta para quem a criação é resultado do labor conscientemente dirigido pela decisão de escrever, como em Valéry ou Cabral. E, outra posição, por mais incrível que pareça ao racionalismo de nosso tempo, é a do poeta para quem a criação é quase uma dádiva, como acontece à palavra de médium invocando a própria necessidade de dar-se a ver e ouvir, como em Manuel Bandeira.
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Publicado
2013-12-31
Edição
Seção
Ateliê
Licença
Copyright (c) 2013 Márcio Araújo de Melo, Estela Campos de Oliveira

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Como Citar
Melo, M. A. de, & Oliveira, E. C. de. (2013). A poesia, o absoluto e o labor artesanal. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 25, 45-59. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i25p45-59