Estudos de tradução genética: uma disciplina emergente

Autores

  • Anthony Cordingley The University of Sydney
  • Chiara Montini Équipe Multilinguisme, Traduction, Création. L’Institut des textes et manuscrits modernes (ITEM), CNRS, Paris
  • Juan Manuel Terenzi Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i39p92-106

Palavras-chave:

crítica genética, tradução, tradutor.

Resumo

Este artigo mapeia o surgimento de uma nova forma de pesquisa tradutória que nós chamamos de estudos genéticos de tradução. Ela explora as bases desta abordagem na escola francesa da critique génétique que desenvolveu uma metodologia para estudar os rascunhos, manuscritos e outros documentos de trabalho (avant-textes) de obras literárias modernas, com o objetivo de revelar a complexidade dos processos criativos envolvidos em sua produção. Esta metodologia se baseia em diferentes abordagens teóricas e interdisciplinares (poética, linguística, filosófica, psicanalítica, fenomenológica, etc.) e desde então foi adaptada para o estudo de outras mídias, incluindo música, cinema, fotografia, pintura, arquitetura, e o texto traduzido. Este artigo analisa como as abordagens genéticas foram aplicadas aos textos traduzidos tanto por críticos genéticos como por estudiosos da tradução. Além disso, se destacam as oportunidades, bem como os desafios, para a pesquisa de tradução literária – ou de outras formas – quando uma abordagem genética é adotada.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Anthony Cordingley, The University of Sydney

    Doutor em Literatura Inglesa. Professor da The University of Sydney e Pesquisador Associado na “Équipe
    Multilinguisme, Traduction, Création” do L’Institut des textes et manuscrits modernes (ITEM), CNRS, Paris.

  • Chiara Montini, Équipe Multilinguisme, Traduction, Création. L’Institut des textes et manuscrits modernes (ITEM), CNRS, Paris

    Doutora em Literatura francesa e comparada. Tradutora e Pesquisadora Associada na “Équipe Multilinguisme, Traduction, Création” do L’Institut des textes et manuscrits modernes (ITEM), CNRS, Paris.

  • Juan Manuel Terenzi, Universidade Federal de Santa Catarina

    Juan Manuel Terenzi graduou-se em Engenharia Química - UFSC (2007), em licenciatura e bacharelado no curso de Letras-Espanhol - UFSC (2011) e em bacharelado no curso de Filosofia - UFSC (2016), tendo sido contemplado com uma bolsa Santander para cursar um semestre de Filosofia (2015.1) na Universidade do Porto (Portugal). Mestre em Literatura (2014/CNPq), orientado pelo professor Dr. Jorge Hoffmann Wolff, e co-orientado pela professora Dra. Liliana Reales. Atuou como tutor EaD nas disciplinas de Literatura Hispânica I, Literatura Hispânica III e Literatura Hispânica IV no curso de Letras-Espanhol a distância. Pesquisador do Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudos Literários Latino-Americanos - UFSC e tradutor (espanhol, inglês e italiano). Membro integrante do corpo de tradutores da revista LONGITUDINES (www.longitudines.com) - Inglaterra. Contemplado com bolsa da Capes (PDSE) para cursar parte de seu doutorado nos arquivos de Samuel Beckett na University of Reading (Inglaterra) sob supervisão do professor Dr. Mark Nixon. Doutorando no curso de pós-graduação em Literatura (CNPq) orientado pela professora Dra. Liliana Reales.

Referências

Anokhina, O. Les traductions vers l’anglais de Vladimir Nabokov: traduction ou autotraduction? Glottopol, nº 25, 2015, p, 198-210.

Anokhina, O. Vladimir Nabokov and his translators: Collaboration or translating under duress. In: Cordingley, A.; Frigau Manning, C. (Eds.), Collaborative translation: From the Renaissance to the digital age. London: Bloomsbury. No prelo

Boyer, F.; Sevin, M.; Prévost, J. P. (Eds.). La Bible: nouvelle traduction. Paris: Bayard, 2001.

Barthes, R. De l’oeuvre au texte. Revue d’esthétique, nº 24(3), 225–232, 1971.

Beckett, S. Proust and three dialogues with Georges Duthuit. London: John Calder, 1976.

Bellemin-Noël, J. Le texte et l’avant-texte: les brouillons d’un poème de Milosz. Paris: Larousse, 1972. Bellemin-Noël, J. Psychoanalytic reading and the avant-texte. In: Deppman, J.; Ferrer, D.; Groden; M (Eds.), Genetic criticism: Texts and avant-textes. Philadelphia, PA: University of Pennsylvania Press, 2004, p. 28–35.

Bourjea, S. (Ed.). Génétique & traduction. Paris: L’Harmattan, 1995.

Bourjea, S. Avant-propos. In: S. Bourjea (Ed.), Génétique & traduction. Paris: L’Harmattan, 1995, p. 5–8. Benjamin, W.. The Task of the translator. In: Bullock, M.; Jennings, M. (Eds.), Selected writings. Vol. 1 1913–1926. Cambridge, MA: The Belknap Press of Harvard University Press, 2002.

Contini, G. Varianti e altra linguistica. Torino: Einaudi, 1970.

De Biasi, P-M. Génétique des textes. Paris: CNRS, 2011.

Debray-Genette, R. Génétique et poétique: le cas Flaubert. In: Hay, L. (Ed.), Essais de critique génétique. Paris: Flammarion, 1979, p. 21-67.

Deppman, J.; Ferrer, D.; Groeden, M. (Eds.). Genetic criticism: Texts and avant-textes. Philadelphia, PA: University of Pennsylvania Press, 2004.

Derrida, J. L’Écriture et la différence. Paris: Seuil, 1967.

Dillen, W.; Caroline, M.; Van Hulle, D. (Eds.). Texts beyond borders: Multilingualism and textual scholarship [Special issue]. Variants: The Journal of the European Society for Textual Scholarship, nº 9. Amsterdam: Rodopi, 2012.

Durand-Bogaert, F. (Ed.). Traduire [Edição especial]. Genesis, nº 38, 2014.

Durand-Bogaert, F. Présentation: ce que la génétique dit, la traduction le fait. Traduire [Edição especial]. Genesis, nº 38, 2014, p. 7-10.

Durand-Bogaert, F. Les deux corps du texte. Traduire [Edição Especial]. Genesis, nº 38, 2014, p. 11-22.

Ferrer, D. Production, invention and reproduction: Genetic vs. textual criticism. In: Bergman Lozeaux, E.; Fraistat, N. (Eds.), Reimagining textuality: Textual studies in the late age of print. Madison, WI: University of Wisconsin Press, 2002, p. 48-59.

Ferrer, D. Avant-texte. Dictionnaire de Critique Génétique. Disponível em: [www.item.ens.fr]. Acesso em: 20 out. 2015, 2010.

Ferrer, D. Critique génétique et philologie: racine de la différence. Genesis, nº 30, p. 21-23, 2010.

Ferrer, D. Logiques du brouillon: modèles pour une critique génétique. Paris: Seuil, 2011.

Folena, G. Volgarizzare e tradurre. Torino: Piccola Biblioteca Einaudi, 1994.

Grésillon, A. Eléments de critique génétique. Paris: PUF, 1994.

Greetham, D. C. Textual scholarship: An introduction. Garland Reference Library of the Humanities 1417. New York, NY: Garland, 1994.

Hay, L. Les Manuscrits des écrivains. Paris: Hachette, CNRS, 1993.

Hartmann, E. C. Histoire d’une traduction. Souffles de Perse, nº 9, 2000, p. 11-27.

Hersant, P. Author–translator collaborations: A typological survey. In: Cordingley, A.; Frigau Manning, C. (Eds.), Collaborative translation: From the Renaissance to the digital age. London: Bloomsbury. No prelo.

Lebrave, J.-L. La Critique génétique: une discipline nouvelle ou un avatar moderne de la philologie? Genesis, nº 1, 1992, p. 33-72.

Léger, N.; Grésillon, A. (Eds.). Théâtre [Edição especial]. Genesis, nº 26, 2006.

Gama, M., & Pino, C. (Eds.). Tradução [Edição especial]. Manuscrítica. Revista de Crítica Genética, nº20, 2011.

Grando, C. Genética e tradução: A poética de Hilda Hilst. Manuscrítica. Revista de Crítica Genética,nº 10, 2001, p. 141-153.

Guzmán, M. C. Gregory Rabassa’s Latin American literature: A translator’s visible legacy. Lewisburg, PA: Bucknell University Press, 2010.

Guzmán, M. C. Translation north and south: Composing the translator’s archive. In: Buzelin, H.; Nouss, A. (Eds.), Translating concepts in human and social sciences: Around Daniel Simeoni’s thinking [Special issue]. TTR, nº 27(1), 2014.

Montini, C. (Ed.). Traduire: genèse du choix. Paris: Éditions des archives contemporaines, 2015.

Munday, J. The role of archival and manuscript research in the investigation of translator decisionmaking. Target. International Journal of Translation Studies, nº 25(1), 2013, p. 125-139.

Paret-Passos, M.-H. Da crítica genética à tradução literária: uma interdisciplinaridade. Vinhedo: Horizonte, 2011.

Proust, M. Le temps retrouvé. Vol. IV. Paris: Pléiade, Gallimard, 1998.

Romanelli, S. Gênese do processo tradutório. Vinhedo: Editora Horizonte, 2013.

Romanelli, S.; Soares, G. N.; de Souza, R., (Eds.). Dom Pedro II: Um tradutor imperial. Florianópolis: Editora Copiart, 2013.

Sardin-Damestoy, P. Samuel Beckett, autotraducteur ou l’art de l’« empêchement ». Artois: Presses Universitaires d’Artois, 2002.

Scott, C. Translating the literary: Genetic criticism text theory and poetry. In: Bassnett, S.; Bush, P. (Eds.), The translator as writer. London: Continuum, 2006, p. 106-117. Traduire [Edição especial]. Genesis, nº 38, 2014.

Van Hulle, D. Modern manuscripts: The extended mind and creative undoing from Darwin to Beckett and beyond. London: Bloomsbury, 2014.

Van Hulle, D.; Weller, S. The making of Samuel Beckett’s ‘L’Innommable’ / ‘The Unnamable’. London: Bloomsbury, 2014.

Willemart, P. Critique génétique: pratiques et théories. Paris: L’H.

Downloads

Publicado

2019-12-26

Edição

Seção

Tradução

Como Citar

Cordingley, A., & Montini, C. (2019). Estudos de tradução genética: uma disciplina emergente (J. M. Terenzi , Trad.). Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 39, 92-106. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i39p92-106