Os metafilmes do inacabado: rastros e processos de filmes fantasmáticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i45p15-28

Palavras-chave:

Filme fantasmático, Metafilme, Rastro, Filme inacabado

Resumo

Ao longo da história do cinema, muitos são os filmes que não se realizaram e que, por problemas de diversas ordens, não puderam ser finalizados. Eles trazem a ideia do filme fantasmático, ou seja, aquele que está por vir, algo que não se concretizou, mas que estimula no espectador a ideia abstrata de um filme hipotético. Muitas vezes, ainda assim, esse filme fantasmático deixa rastros, imagens suficientes para que delas se façam um novo filme, mas que diz respeito ao processo do filme fantasmático original. Com base em autores como Cecília Almeida Salles, Jeanne Marie Gagnebin, Marcel Duchamp e ao analisar sobretudo filmes de Orson Welles e Eduardo Coutinho pretende-se, com este artigo, entender a validade e o potencial desses metafilmes para a crítica genética.

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"Um dia na vida" (2010). Direção: Eduardo Coutinho. Brasil.

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Publicado

2021-12-30

Como Citar

Muanis, F. de C. (2021). Os metafilmes do inacabado: rastros e processos de filmes fantasmáticos. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 45, 15-28. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i45p15-28