“Aperto-lhe a mão”: Mário de Andrade lê Francisca Júlia e Julia Cortines
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https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i56p%25pResumen
Compreendia desde sempre, Mário de Andrade, que “por seguirem os velhos poetas, os modernistas são tão novos”. O olhar atento do leitor, ávido em acompanhar os recursos estéticos, apropriando-se de formas e boas soluções deixa marcas nas entrelinhas e páginas em branco, nos rodapés e margem das tantas páginas em que busca averiguar o rigor poético parnasiano. Extrai possibilidades, recusa outras tantas, faz sua poesia ganhar corpo no estudo dedicado e afeito ao bom versejar. Aproximar-se das leituras de formação do escritor paulistano franqueia um arcabouço de matrizes poéticas denso e bastante interessante na medida em que revela o percurso de um modernista afeito a essas leituras muito depois da Semana de 22, como permitem afirmar as notas marginais datadas. Esse diálogo convida-nos e inquieta sobremaneira ao percebermos a troca importante estabelecida com Francisca Julia e Julia Cortines, fundamentais na produção do parnasianismo nosso, ainda que pouco festejadas à época – e ao longo de todo o tempo que segue.
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