O trabalho do jornalista e suas contradições: uma ontologia da crise
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v11i3p129-149Mots-clés :
Teoria do Jornalismo, crise, trabalhoRésumé
O artigo investiga as tendências que orientam a prática jornalística hoje, buscando compreender as mutações no mundo do trabalho do jornalista. Ao explorar a esfera da produção noticiosa, torna-se possível cartografar as contradições no interior do jornalismo, ressaltando como as dimensões singulares, particulares e universais interagem na moldura objetiva da crise que afeta o campo. Como muitas outras profissões, alteradas historicamente e muitas vezes extintas por novas forças produtivas, o jornalismo tem se tornado uma prática fragmentada e instável, sendo que o empreendedorismo neoliberal afeta tanto a subjetividade do repórter e de seus projetos profissionais quanto o papel da informação jornalística na sociabilidade hegemônica contemporânea.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
ADGHIRNI, Z. L. Mudanças estruturais no jornalismo: travessia de uma zona turbulenta. In: PEREIRA, F. H.; MOURA, D. O.; ADGHIRNI, Z. L. (Orgs.). Jornalismo e sociedade: teorias e metodologias. Florianópolis: Insular, 2012, p. 61-79.
ALVES, G. Trabalho e subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
AMPUJA, M. A sociedade em rede, o cosmopolitismo e o “sublime digital”: reflexões sobre como a história tem sido esquecida na teoria social contemporânea. Revista Parágrafo, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 55-67, jan./jun. 2015.
ANDERSON, C. W.; BELL, E.; SHIRKY, C. Jornalismo pós-industrial: adaptação aos novos tempos. Revista de Jornalismo ESPM, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 30-89, abr./jun. 2013.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial, 1999.
BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
BRAGA, A.; AGUIAR, L.; BERGAMASCHI, M. O chão de fábrica da notícia: contribuições para uma economia política da práxis jornalística. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 37, n. 1, p. 111-132, jan./jun. 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1809-58442014000100006.
BRAGA, R. O trabalho na trama das redes: para uma crítica do capitalismo cognitivo. Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación, São Carlos, v. 6, n. 3, p. 48-54, set./dez. 2004.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2015.
COSTA, C. T. Ética, jornalismo e nova mídia: uma moral provisória. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2009.
DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016.
DEUZE, M.; WITSCHGE, T. Além do jornalismo. Leituras do Jornalismo, Bauru, v. 2, n. 4, p. 1-31, jul./dez. 2015.
______. O que o jornalismo está se tornando. Revista Parágrafo, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 7-21, jul./dez. 2016.
EAGLETON, T. Depois da teoria: um olhar sobre os estudos culturais e o pós--modernismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
ENZENSBERGER, H. M. Elementos para uma teoria dos meios de comunicação. São Paulo: Conrad Editora, 2003.
FIGARO, R. (Org.). As mudanças no mundo do trabalho do jornalista. São Paulo: Atlas, 2013.
______. Jornalismos e trabalho de jornalistas: desafios para as novas gerações no século XXI. Revista Parágrafo, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 23-37, jul./dez. 2014.
FONSECA, V. P. S. O jornalismo no conglomerado de mídia: reestruturação produtiva sob o capitalismo global. 2005. 350 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
FREDERICO, C.; TEIXEIRA, F. Marx no século XXI. São Paulo: Cortez, 2008.
FUCHS, C. Internet and society: social theory in the information age. New York: Routledge, 2008.
GENRO FILHO, A. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2012.
GRAMSCI, A. O leitor de Gramsci: escritos escolhidos 1916-1935. Organização Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.
______. 17 contradições e o fim do capitalismo. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016.
HELOANI, R. O trabalho do jornalista: estresse e qualidade de vida. Interações, São Paulo, v. 12, n. 22, p. 171-198, jul./dez. 2006.
HOBSBAWM, E. A era dos extremos. O breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HUWS, U. Mundo material: o mito da economia imaterial. Revista Outubro, [S.l.], v. 21, p. 15-53, 2013.
JAMESON, F. Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1998.
KOSIK, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
KOVACH, B.; ROSENSTIEL, T. Os elementos do jornalismo: o que os jornalistas devem saber e o público exigir. São Paulo: Geração Editorial, 2003.
LAGE, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2011.
LEAL, B. S.; JÁCOME, P.; MANNA, N. A “crise” do jornalismo: o que ela afirma e o que ela esquece. Revista Líbero, São Paulo, v. 17, n. 34, p. 145-154, jul./dez. 2014.
LOPES, F. L. Jornalismo e suas crises: um olhar sobre as questões da tecnologia, do emprego e do diploma no Brasil. Cies e-Working Papers, Lisboa, n. 107, 2011.
LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social II.São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.
MARCONDES FILHO, C. Ser jornalista: o desafio das tecnologias e o fim das ilusões. São Paulo: Paulus, 2009.
MARX, K. Grundrisse. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
______. O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.
MÉSZÁROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.
______. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005.
MICK, J.; LIMA, S. Perfil do jornalista brasileiro: características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012. Florianópolis: Insular, 2013.
MORAES, D. Crítica da mídia e hegemonia cultural. Rio de Janeiro: Mauad X, 2016.
MORETZSOHN, S. Pensando contra os fatos jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
MOSCO, V. Economia política da comunicação: uma perspectiva laboral. Comunicação e Sociedade 1, Braga, v. 12, n. 1-2, p. 97-120, 1999.
______. Marx is back, but which one? On knowledge labour and media practice. triple C, Londres, v. 10, n. 2, p. 570-576, 2012.
NEVEAU, É. Sociologia do jornalismo. São Paulo: Loyola, 2006.
NONATO, C. O perfil diferenciado dos jornalistas associados ao Sindicato de São Paulo. In: FIGARO, R. As mudanças no mundo do trabalho do jornalista. São Paulo: Atlas, 2013. p. 143-202.
PONTES, F. S. Adelmo Genro Filho e a teoria do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2015.
RAMONET, I. A explosão do jornalismo: das mídias de massas à massa de mídias. São Paulo: Publisher Brasil, 2012.
ROTHBERG, D. Jornalistas e suas visões sobre qualidade: teoria e pesquisa no contexto dos “Indicadores de desenvolvimento da mídia” da Unesco. Série Debates CI, Brasília, DF, n. 4, nov. 2010.
SALAVERRÍA, R. Mídia e jornalistas, um futuro em comum? Revista Parágrafo, São Paulo, v.1, n. 3, p. 79-83, jan./jun. 2015.
SCHUDSON, M. Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis: Vozes, 2010.
SENNET, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. São Paulo: Editora Record, 2009.
SERRANO, P. Outro jornalismo possível na internet. In: MORAES, D.; RAMONET, I.; SERRANO, P. Mídia, poder e contrapoder: da concentração monopólica à democratização da informação. São Paulo: Boitempo Editorial; Rio de Janeiro: Faperj: 2013. p.145-182.
SHOEMAKER, P. J., VOS, T. P. Teoria do gatekeeping: seleção e construção da notícia. Porto Alegre: Editora Penso, 2011.
SODRÉ, N. W. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
THOMPSON, J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis: Vozes, 1998.
TRAQUINA, N. Teorias do jornalismo: porque as notícias são como são. Florianópolis: Insular, 2005.
WAYNE, M. Marxism and media studies: key concepts and contemporary trends. Londres: Pluto Press, 2003.
WILLIAMS, R. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
WOLTON, D. Pensar a comunicação. Miraflores: Difel, 1999.WOOD, E. M. Em defesa da história: o marxismo e a agenda pós-moderna. Crítica Marxista, Campinas, v. 1, n. 3, p.118-127, 1996.
ŽIŽEK, S. Primeiro como tragédia, depois como farsa. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans ce journal acceptent les termes suivants:
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, le travail étant concédé simultanément sous la licence Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) qui permet le partage de l'œuvre avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue à des fins non commerciales.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de l'ouvrage publiée dans cette revue (par exemple, publication dans un référentiel institutionnel ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue.