Perante o rosto violado: o Mugshot de Bophana e a tragédia do Camboja
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v16i2p239-260Palavras-chave:
Rithy Panh, Testemunho, Khmer Vermelho, Rosto, VestígioResumo
Um rosto pode ser totalmente aniquilado? Com essa provocação, miramos o mugshot de Hout Bophana, fio condutor deste texto. O ensaio tenta refletir sobre o testemunho vestigial de seu rosto a partir de conceitos filosóficos presentes em Lévinas e Butler, visando uma política das imagens, especialmente daquelas que expõem rostos e corpos vitimados por violências. Também buscamos compreender o método do cineasta Rithy Panh, que, motivado por essa fotografia, realizou um importante documentário sobre a memória do genocídio cambojano. Ao fazer das imagens de arquivo do extermínio uma espécie de lápide para os mortos, o método de Panh também se avizinha do gesto epistolar presente na eliminação de Bophana e de seu esposo, Ly Sitha.
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