Teorizar com a Grounded Theory: um caminho metodológico para as pesquisas em comunicação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v17i1p165-192Palavras-chave:
Grounded Theory, Metodologia, Teorizar, Pesquisas em comunicaçãoResumo
O objetivo deste trabalho, direcionado por uma pesquisa bibliográfica, é inscrever uma reflexão sobre o processo de teorizar seguindo as diretrizes da metodologia grounded theory construtivista. Este artigo busca também apresentar e discutir o tipo de teoria que pode ser produzido com esse caminho metodológico qualitativo, ressaltando, desse modo, o potencial que ele oferece para a edificação de pesquisas em comunicação que, considerando um problema delimitado em uma área específica, busquem gerar explanações teóricas de processos sociais enraizadas nos dados (entrevistas, documentos, materialidades midiáticas etc.). Como implicação prática, por fim, são fornecidos alguns direcionamentos sobre como conduzir investigações com a grounded theory ao elucidar a “tríade problemática”, característica da metodologia, a saber: amostragem teórica, método comparativo constante e saturação teórica.
Downloads
Referências
Allen, L. M. (2010). A critique of four grounded theory texts. The Qualitative Report, 15(6), 1606-1620.
Bailey, K. (1994). Methods of social Research (4 ed.). The Free Press.
Bittencourt, M. (2017). Grounded theory como metodologia para o estudo das mídias digitais. Comunicação & Sociedade, 39(1), 143-167.
Bittencourt, M. (2016). O príncipe digital: Estruturas de poder, liderança e hegemonia nas redes sociais. [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. doi.org/10.11606/T.27.2016.tde-14092016-112629
Blumer, H. (1969). Symbolic interactionism. Prentice Hall.
Blumer, H. (1954). What is wrong with social theory? American Sociological Review, 18, 3-10.
Braga, J. L. (2018). Instituições & midiatização – um olhar comunicacional. In J. Ferreira, A. P. Rosa, A. Fausto Neto, J. L. Braga, & P. G. Gomes (Orgs.), Entre o que se diz e o que se pensa: Onde está a midiatização? FACOS/UFSM.
Braga, J. L. (2015) Lógicas da mídia, lógicas da midiatização? In A. Fausto Neto et al. (Orgs.), Relatos de investigaciones sobre mediatizaciones. Editorial de la Universidad Nacional de Rosario.
Braga, J. L. (2012). Interação como contexto da comunicação. MATRIZes, 6(1-2), 25-42.
Bryant, A. (2021). Continual Permutations of Misunderstanding: The Curious Incidents of the Grounded Theory Method. Qualitative Inquiry, 27(3-4), 397-411.
Bryant, A. (2017). Grounded Theory and Grounded Theorizing: Pragmatism in research practice. Oxford University Press.
Bryant, A., & Charmaz, K (2019). The Sage handbook of current developments in grounded theory. Sage.
Bryant, A., & Charmaz, K. (Eds.). (2007). The Sage handbook of grounded theory. Sage.
Carvalho, C. S. (2022). Os processos de estereotipia na representação discursiva do Brasil na Espanha. Appris.
Cellard, A. (2008). A análise documental. In J. Poupart et al., A pesquisa qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos. Vozes.
Charmaz, K. (2014). Constructing grounded theory. (2 ed.) Sage. (Obra original publicada em 2006).
Charmaz, K. (2009a). A construção da teoria fundamentada: guia prático para análise qualitativa (J. E. Costa, Trad.). Artmed.
Charmaz, K. (2009b). Shifting the Grounds: constructivist grounded theory methods. In J. M. Morse et al. (Eds.), Developing of the grounded theory: The second generation. Left Coast Press.
Charmaz, K. & Belgrave, L. L. (2019). Thinking about data with grounded theory. Qualitative Inquiry, 25(8), 743-753.
Charmaz, K., Thornberg, R., & Keane, E. (2018). Evolving grounded theory and social justice inquiry. In N. K. Denzin, Y. S. Lincoln (Eds.), The SAGE Handbook of Qualitative Research. (5 ed.). Sage US.
Cho, J. Y., & Lee, E. (2014). Reducing Confusion about grounded theory and qualitative content analysis: Similarities and differences. The Qualitative Report, 19(32), 1-20.
Clarke, A. E. (2005). Situational analysis: Grounded theory after the postmodern turn. Sage.
Corbin, J. & Strauss, A. L. (2008). Basics of qualitative Research: Techniques and Procedures for Developing Grounded Theory (3 ed.). Sage.
Creswell, J. W. (2007). Qualitative inquiry and research design: Choosing among five approaches (2 ed.). Sage.
Creswell, J. W. (2005). Educational research: Planning, conducting, and evaluating quantitative and qualitative research. (2 ed.). Pearson Merrill Prentice Hall.
Dey, I. (1999) Grounding grounded theory: Guidelines for qualitative inquiry. Academic Press.
Dewey, J. (1922). Human nature and conduct. Holt.
Elliott, J. (2005). Using narrative in social research: Qualitative and quantitative approaches. Sage.
Figueiredo, N. M. A. (2007). Método e metodologia na pesquisa científica (2 ed.). Yendis.
Flick, U. (2009). Desenho da pesquisa qualitativa. Artmed.
Flick, U. (2004). Uma introdução à pesquisa qualitativa. Bookman.
Fragoso, S., Recuero, R. & Amaral, A. (2011). Métodos de pesquisa para internet. Sulina.
França, V. V. (2008). Interações Comunicativas: A matriz conceitual de G. H. Mead. In A. Primo et al., Comunicação e Interações (pp. 71-91). Sulina.
França, V. V. (2007). Contribuições de G. H. Mead para pensar a comunicação [Apresentação de trabalho]. XVI Encontro da Compós, Curitiba, 2007.
França, V. V. & Simões, P. G. (2016). Curso básico de teorias da comunicação. Autêntica.
Geertz, C. (1973). The interpretation of cultures: selected essays. Basic Books.
Glaser, B. G. (2008). Doing quantitative grounded theory. Sociology Press.
Glaser, B. G. (2002a). Conceptualization: On theory and theorizing using grounded theory. International Journal of Qualitative Methods, 1(2), 23-38.
Glaser, B. G. (2002b). Constructivist grounded theory? Forum Qualitative Sozialforschung / Forum: Qualitative Social Research, 3(3).
Glaser, B. (1992). Basics of grounded theory analysis. Sociology Press.
Glaser, B. (1978). Theoretical sensitivity. Sociology Press.
Glaser, B. & Strauss, A. L. (1968). Time for dying. Aldine.
Glaser, B. & Strauss, A. (1967). The discovery of grounded theory: Strategies for qualitative research. Aldine de Gruyter.
Glaser, B. & Strauss, A. L. (1965). Awareness of dying. Aldine.
Hancock, D. R. & Algozzine, B. (2006). Doing case study research: a practical guide for beginning researchers. Teachers College Press.
Hepp, A. (2014). As configurações comunicativas de mundos midiatizados: Pesquisa da midiatização na era da “mediação de tudo”. MATRIZes, 8(1), 45-64.
Hepp, A., Simon, P. & Sowinska, M. (2018). Living together in the mediatized city: The figurations of young people’s urban communities. In A. Hepp, A. Breiter, & U. Hasebrink (eds.), Communicative figurations: Transforming communications in times of deep mediatization (pp. 51-80). Palgrave MacMillan.
Hood, J. C. (2007). Orthodoxy vs. power: The defining traits of grounded theory. In A. Bryant & K. Charmaz (Eds.), The SAGE handbook of grounded theory (pp. 151-164). Sage.
Hughes, E. C. (1971). The sociological eye: Selected papers. Aldine.
Jacks, N. (2000). História de família & grounded theory [Apresentação de trabalho]. XXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2000, Manaus, Brasil.
Krotz, F. (2001). Die Mediatisierung kommunikativen Handelns: Der Wandel von Alltag und sozialen Beziehungen, Kultur und Gesellschaft durch die Medien. Westdeutscher Verlag.
Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica. Atlas.
Leite, F. (2014). Publicidade contraintuitiva: Inovação no uso de estereótipos na comunicação. Appris.
Leite, F. (2015a). Raciocínio e procedimentos da grounded theory construtivista. Questões transversais: Revista de epistemologias da comunicação, 3(6), 76-85.
Leite, F. (2015b). Experiências de interação de mulheres brasileiras com publicidade contraintuitiva: Um estudo em grounded theory. [Tese de Doutorado, Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. http://doi.org/10.11606/T.27.2015.tde-01062015-154355
Leite, F. (2016). Grounded theory construtivista: Procedimentos e técnicas para construir teorias substantivas que alcancem as sensibilidades da experiência estética dos processos comunicacionais. In C. M. C. Mendonça, E. Duarte, & J. Cardoso Filho, Comunicação e sensibilidade: Pistas metodológicas (pp. 54-76). Selo PPGCOM/ UFMG.
Leite, F. (2018). As brasileiras e a publicidade contraintuitiva: Enfrentamento do racismo pela midiatização da imagem de mulheres negras. Alameda.
Leite, F. & Batista, L. L. (2018). Primeiras experiências com o racismo: Crianças negras, práticas parentais e midiatização. Annablume.
Lopes, M. I. V. (2003). Pesquisa em comunicação (7. ed.). Loyola.
Massarani, L. & Rocha, M. (2018). Ciência e mídia como campo de estudo: uma análise da produção científica brasileira. Intercom: Revista brasileira de ciências da comunicação, 41(3), 33-49.
McCulloch, G. (2004). Documentary research in education, history and the social sciences. Routledge Falmer.
Mead, G. H. (2006). L’esprit, le soi et la societé. PUF.
Mead, G. H. (1934). Mind, self and society. University of Chicago Press.
Mead, G. H. (1925). The genesis of the self and social control. International journal of ethics, 35, 251-277.
Merton, R. K. (1957). Social theory and social structure. Free Press.
Mogalakwe, M. (2009). The Documentary research Method: Using documentary sources in social research. Eastern Africa social science research review, 25(1), 43-58.
Morse, J. M., Stern, P. N., Corbin, J., Bowers, B., Charmaz, K., & Clarke, A. E. (2009). Developing grounded theory: The second generation. Routledge.
Morse, J.M., & Field, P. (1996). Nursing research: The application of qualitative approaches (2 ed.). Chapman & Hill.
Paiva, V. L. M. O. (2008). A pesquisa narrativa: uma introdução. Revista brasileira de linguística aplicada, 8(2), 261-266.
Park, R. E. (1967). On social control and collective behavior. (R. Turner, Ed.). University of Chicago Press.
Pimentel, A. (2001). O método da análise documental: seu uso numa pesquisa histórica. Cadernos de Pesquisa, 114, 179-195.
Platt, J. (1981) Evidence and proof in documentary Research. Sociological Review, 29(1), 31-66
Sá-Silva, J. R.; Almeida, C. D. & Guindani, J. F. (2009). Pesquisa documental: Pistas teóricas e metodológicas. Revista brasileira de história e ciências sociais, 1(1).
Santos J. L. G., Cunha, K. S., Adamy, E. K., Backes, M. T. S., Leite, J. L., & Sousa, F. G. M. (2018). Análise de dados: Comparação entre as diferentes perspectivas metodológicas da teoria fundamentada nos dados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 52, 1-8.
Strauss, A. L. (1987). Qualitative analysis for social scientists. Cambridge University Press.
Strauss, A. L. & Corbin, J. (2008). Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. (L. O. Rocha, Trad.). Artmed.
Strauss, A. L. & Corbin, J. (1998). Basics of qualitative research: grounded theory procedures and techniques (2 ed.). Sage.
Strauss, A. L. & Corbin, J. (1990). Basics of qualitative research: grounded theory procedures and techniques (1 ed.). Sage.
Suddaby, R. (2006). From the editors: what grounded theory is not. Academy of Management Journal, 49(4), 633-642.
Tarozzi, M. (2011) O que é grounded theory? Metodologia de pesquisa e de teoria fundamentada nos dados. (C. Lussi, Trad.). Vozes.
Thomas, W. (1966). On social organization and social personality. (M. Janowitz, Ed.). University of Chicago Press.
Tie, Y. C., Birks, M., & Francis, K. (2019). Grounded theory research: A design framework for novice researchers. Sage Open Medicine, 7, 1-8.
Wellman A. R. (2018). Exploring the relationship between cold case homicide survivors and the media. Crime, Media, Culture. 14(1), 3-22.
Wertz, F. J., Charmaz, K., McMillan, L. M., Ruthellen, J., Anderson, R., & McSpadden, E. (Eds.). (2011). Five ways of doing qualitative analysis: Phenomenological psychology, grounded theory, discourse analysis, narrative research, and intuitive inquiry. Guildford.
Yin, R. (2018). Case study research and applications: Design and methods (6 ed.). Sage.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Francisco Leite
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Como Citar
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Números do Financiamento 2017/08319-7