As máquinas de Derrida: traços de um conceito desconstrutivo de mídia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v19i2p243-262

Palavras-chave:

Jacques Derrida, Desconstrução, Teoria das Mídias, Arquivo

Resumo

Este artigo explora a relação entre a obra de Jacques Derrida e a Teoria das Mídias, a partir de sua declaração de que a desconstrução não seria possível sem o computador. Nossa hipótese é a de que há uma tese espectral sobre o midiático no pensamento de Derrida, reconstruída neste texto a partir de vestígios dispersos por seus livros. Propomos a reconstrução dessa tese a partir da presença de quatro meios de comunicação em sua obra: escrita, máquina de escrever, televisão e computador. Concluímos pela existência de um conceito desconstrutivo de mídia, que entende o dispositivo técnico de inscrição não como intermediário de transmissão, mas enquanto arquivo suplementar que influencia a codificação das mensagens.

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Biografia do Autor

  • Luis Felipe Abreu, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Pesquisador de Pós-Doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com bolsa PDR-10 Faperj. Professor colaborador no mestrado em Comunicação Digital do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Doutor e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante do Grupo de Pesquisa Poesia Brasileira Contemporânea e do Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC/UFRGS).

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Publicado

2025-08-31

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Abreu, L. F. (2025). As máquinas de Derrida: traços de um conceito desconstrutivo de mídia. MATRIZes, 19(2), 243-262. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v19i2p243-262