Do comunicar para o habitar: as contribuições dos povos originários para a construção de uma ideia conectiva de comunicação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v19i3p11-33Palavras-chave:
Tecnodiversidade, ecossistema digital, comunicação indígena, tecnologia do habitarResumo
O artigo discute a crise da ideia moderna de comunicação a partir da crítica à concepção ocidental de técnica, frequentemente tomada como universal e entendida como ação humana aplicada e instrumento externo de transmissão de conteúdos. Em contraste, propõe, com base nas novas formas de conectividade e nos ecossistemas digitais, a noção de um habitar tecnológico, no qual humano, tecnologia e ambiente constituem dimensões simbióticas e indissociáveis. Nesse cenário, a comunicação deixa de ser uma prerrogativa exclusivamente humana e torna-se propriedade compartilhada entre todos os elementos do ecossistema — incluindo plantas, animais e componentes inorgânicos — aproximando-se das cosmovisões dos povos originários do Brasil.
Downloads
Referências
Accoto, C. (2020). O mundo dado: Cinco breves lições de filosofia digital. Paulus.
Barad, K. (2007). Meeting the universe halfway: Quantum physics and the entanglement of matter and meaning. Duke University Press.
Benjamin, W. (2018). A obra de arte na época da sua reprodutibilidade técnica. L&PM.
Bratton, B. (2016). The stack. MIT Press.
Cunha, M. C. (2009). Xamanismo e tradução. In M. C. da Cunha, Cultura com aspas e outros ensaios (pp. 101–113). Cosac Naify.
Coccia, E. (2020). Metamorfoses. Dantes.
Di Felice, M. (2009). Paisagens pós-urbanas: O fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. Annablume.
Di Felice, M. (2017). Net-ativismo: Da ação social para o ato conectivo. Paulus.
Di Felice, M. (2021). A cidadania digital. Paulus.
Di Felice, M., & Franco, T. (2017). Ecologias conectivas: O animismo digital, a ecologia informatizada e a matéria. In M. Di Felice & E. S. Pereira (Orgs.), Redes e ecologias comunicativas indígenas: As contribuições dos povos originários à teoria da comunicação (pp. 63–88). Paulus.
Di Felice, M., Torres, C. J., & Yanaze, L. K. (2012). Redes digitais e sustentabilidade. Annablume.
Eco, U. (1972). Estetica e teoria dell’informazione. Bompiani.
Eco, U., & Fabbri, P. (1978). Progetto di ricerca sull’utilizzazione dell’informazione ambientale. Problemi dell’informazione, 4, 555–597.
Franco, T. (2019). Ameríndios conectados [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo]. Repositório USP.
Haraway, D. (2019). Chthulucene: Sopravvivere su un pianeta infetto. Edizioni Nero.
Heidegger, M. (1977). Costruire, abitare, pensare. In Saggi e discorsi. Mursia.
Heidegger, M. (2006). Ensaios e conferências. Vozes.
Heidegger, M. (2020). A questão da técnica. Paulus.
Hölderlin, F. (1994). Patmos. In F. Hölderlin, Poems and fragments (M. Hamburger, Trad., pp. 491–499). Anvil Press Poetry. [Obra original publicada entre 1803–1808]
Hui, Y. (2020). Tecnodiversidade. Ubu.
Kierkegaard, S. (1995). Sul concetto di ironia in riferimento costante a Socrate. Rizzoli.
Kopenawa, D., & Albert, B. (2013). A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Companhia das Letras.
Latour, B. (2004). Políticas da natureza: Como fazer ciência na democracia. Edusc.
Latour, B. (2012). Reagregando o social: Uma introdução à Teoria do Ator-Rede. EDUFBA.
Leibniz, G. W. (1991). Scritti filosofici. UTET.
Levinas, E. (1949). De l’existence à l’existant. Fontaine.
Lévy, P. (1999). Cibercultura. Editora 34.
Lovelock, J. (2000). Gaia: A new look at life on Earth. Oxford University Press.
McLuhan, M. (2012). Os meios de comunicação como extensões do homem. Cultrix.
Moreira, F. C. (2014). Redes xamânicas e redes digitais: Por uma concepção ecológica de comunicação [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo]. Repositório USP.
Morin, E. (1995). Introdução ao pensamento complexo. Sulina.
Morton, T. (2013). Hyperobjects: Philosophy and ecology after the end of the world. University of Minnesota Press.
Olasagasti, M. (1967). Introducción a Heidegger. Revista de Occidente.
Pereira, E. S. (2008). Nos meandros da presença étnica indígena na rede digital. In M. Di Felice (Org.), Do público para as redes (pp. 287–336). Difusão.
Pereira, E. S. (2012). Ciborgues indígen@s.br: A presença nativa no ciberespaço. Annablume.
Pereira, E. S. (2013). O local digital das culturas: As interações entre culturas, mídias digitais e territórios [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo]. Repositório USP.
Perniola, M. (1989). Transiti: Come si va dallo stesso allo stesso. Cappelli.
Peters, J. D. (2015). The marvelous clouds. University of Chicago Press.
Scolari, C. A. (2015). Ecología de los medios. Gedisa Editorial.
Serres, M. (2022). Hermes I. Meltemi.
Tansley, A. G. (1935). The use and abuse of vegetational terms and concepts. Ecology, 16(3), 284–307. https://doi.org/10.2307/1930070
Van Dijck, J., Poell, T., & De Waal, M. (2018). The platform society. Oxford University Press.
Viveiros de Castro, E. (2015). Metafísicas canibais. Cosac Naify.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.




















