Ecologia comunicativa, Cumade Fulozinha e cosmologia Potiguara na Paraíba
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v19i3p127-141Palavras-chave:
Saber tradicional indígena, tecnologia dos sonhos, ancestralidade, encantadosResumo
Este artigo se propõe a falar sobre o saber tradicional indígena a partir da ecologia comunicativa da cosmologia do povo Potiguara, habitante do estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. Tem como foco o ser encantado chamado Cumade Fulozinha, um espírito da floresta protetor das matas e animais. Além do povo Potiguara, o território paraibano é habitado por outras três etnias indígenas: Tabajara, Cariri e Tarairiú. Põe-se em tela a perspectiva dos sonhos enquanto tecnologia para acesso, manutenção e diálogo com o saber ancestral. Um saber que vai além da esfera mitológica e se processa cotidianamente, no imediatismo hodierno da existência em rede dos seres vivos interatuantes na Mãe Terra.
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