Rabiscos do mosaico interétnico: charges sobre o genocídio de indígenas

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DOI:

https://doi.org/10.11606/2316-9877.2023.v11e209786

Palabras clave:

Assimilacionismo, Charges brasileiras, Genocídio, Resistência indígena, Povos indígenas

Resumen

Problematiza-se a dimensão social acerca do genocídio dos povos originários no Brasil, desde fins do século XIX até a atualidade, a partir de sua representação por charges de artistas visuais nacionais que retratam os conflitos interétnicos. Valendo-se de elementos que vinculam os indígenas ao seu desaparecimento gradual, os chargistas estabelecem uma crítica contundente ao avanço de interesses políticos e econômicos que são avessos à dimensão socioambiental que é atribuída aos povos originários, mas, desse modo, podem reafirmar uma noção de transitoriedade desses sujeitos, reforçando, portanto, as ideias de primitivismo. A partir da análise do discurso de charges de artistas brasileiros, pretende-se demonstrar a falibilidade da teoria de assimilação dos indígenas para situá-los no campo da resistência aos modelos hegemônicos de organização sociopolítica nacional.

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Publicado

2023-10-04

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

Silva, T. M. da . (2023). Rabiscos do mosaico interétnico: charges sobre o genocídio de indígenas. 9ª Arte (São Paulo), 11, e209786. https://doi.org/10.11606/2316-9877.2023.v11e209786