O Vigia/Watchman: mulheres espectrais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/2316-9877.Dossie.2024.e230346

Palavras-chave:

Gênero, Espectatorialidade, Espectros, Watchmen, 1984

Resumo

Busca dar continuidade às análises de artigos anteriores que relacionam as obras O Vigia/Watchman do artista Flávio CRO, a história em quadrinhos Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, e a obra literária 1984 de George Orwell, a partir das percepções possíveis sobre o feminino nessas obras. A análise se dará a partir dos estudos feministas sobre gênero e a espectatorialidade com Teresa de Lauretis e Laura Mulvey, observando as continuidades e deslocamentos da imagem da mulher na tradição dos produtos da cultura pop. Adicionalmente, são levantadas as questões dos espectros de Jacques Derrida como rastros da presença/ausência do feminino nas tramas analisadas. Em sua maioria, as personagens mulheres das produções citadas são colocadas em posições secundárias que servem ao propósito de sustentar a construção do caráter dos heróis e anti-heróis na história. Observa-se nas associações dos nomes das personagens “Espectral” (mãe e filha) uma possível denúncia e apontamento do lugar fantasmagórico desses corpos femininos na tradição dos quadrinhos, assim como a existência da personagem Júlia é mediada pela memória e voz espectral de Winston em 1984.

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Biografia do Autor

  • Flávio Célio Rodrigues Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutorando e bolsista no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAV-EBA-UFRJ). Artista visual, assina seus trabalhos como Flávio CRO. Realiza experimentações mesclando esporte e acontecimentos do cotidiano com artes visuais.  Atuo nas encruzilhadas do experimentalismo e hibridismo da Arte Contemporânea. Ao jogar com as potências poéticas do cotidiano, esses pequenos acontecimentos do dia a dia, como comer, pedalar ou varrer, noto que a apropriação e o esporte compõem comigo desde a juventude. Esse treinamento me propicia formas de aprender com minhas contradições e de romper com meus limites através da arte, tendo na memória da minha história pessoal, fonte para o desempenho desse fazer através do desenho, fotografia, performance ou vídeo. Doutorando e bolsista CAPES em Artes Visuais pelo PPGAV da EBA-UFRJ; mestre, pós-graduado, graduado e licenciado em artes pela UEMG; Técnico em Informática pelo Colégio Brasileiro. Participo de exposições internacionais, nacionais, coleções públicas e privadas.

  • Aryanne de Oliveira Araújo, Universidade Federal de Ouro Preto

    Jornalista, escritora e pesquisadora, busca aprofundar o entendimento do entrelaçamento entre as teorias da comunicação, a linguagem audiovisual e as construções das noções de gênero na cultura pop, em diálogo com a perspectiva teórica feminista. Integra o grupo de pesquisa "Ponto: afetos, gêneros e narrativas", com pesquisadores da UFOP e UNB. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, 2022), integrou a linha de pesquisa "Práticas comunicacionais e tempo social" e realizou estágio docência na disciplina "Comunicação e Estudos Culturais" para alunos da graduação da mesma instituição. Na dissertação, "The Handmaid's Tale e a emergência de uma situação comunicacional", pesquisou as dimensões temporais e materiais que potencializaram o transbordamento da série televisiva em manifestações feministas inspiradas nos símbolos da peça audiovisual. É bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2014). Como jornalista, atua com comunicação corporativa, mídias digitais, branding e endomarketing.

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Publicado

2024-10-30

Como Citar

Oliveira, F. C. R., & Araújo, A. de O. . (2024). O Vigia/Watchman: mulheres espectrais. 9ª Arte (São Paulo), e230346. https://doi.org/10.11606/2316-9877.Dossie.2024.e230346