A representação da mulher negra em Cumbe, de Marcelo D’ Salete (2018)

Resumo

O objeto de estudo é a compilação Cumbe de Marcelo D’ Salete (2018), que trata sobre a resistência dos negros à escravização no Brasil entre 1534 e 1888, ano da abolição. Dentre as quatros histórias, são selecionadas três: “Calunga”, “Sumidouro” e “Cumbe”. O objetivo é verificar, por meio de uma análise comparativa e interpretativista, de que maneira as mulheres negras são retratadas nessas narrativas sob a ótica de um afrodescendente. A base teórica é constituída por Acevedo (1990), Ramos (2010), Eisner (2010) e Cagnin (2014), para a caracterização da linguagem dos quadrinhos; Mattoso (1990), Moura (1990), hooks (2018) e Chinen (2019), para entender o contexto da escravização e o papel das mulheres durante o período colonial; Machado (2018) sobre a mulher, corpo e maternidade; Lopes (2012) e Moura (2004), os termos africanos. Observou-se que as mulheres retratadas nas histórias, além de cumprirem a jornada de trabalho, experienciaram diferentes níveis de sujeição e opressão: ao seu “senhor” e ao parceiro.