A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO: UMA AUTOTRADUÇÃO COMO CRÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v4i7p139-155Palavras-chave:
Autotradução, cinema, crítica socialResumo
Uma tradução da vida mercantil:
O presente artigo tem como objetivo mostrar a crítica à sociedade capitalista desenvolvida e elaborada por Guy Debord, em seu filme A Sociedade do Espetáculo (1973). Trata-se de uma forma cinematográfica peculiar, baseada estritamente na obra homônima (1967-1997). Forma esta que é definida pelo conteúdo expresso pela crítica, ao fazer do filme uma crítica a ele mesmo e à sociedade mercantil. Assim, o filme de Debord não é uma simples autotradução, não tem o mesmo processo de adaptação dos filmes em geral, pois a questão principal é construir uma autotradução que seja a negação do próprio filme, enquanto encadeamento de imagens e atores vedetes idealizados, em proveito de uma crítica à sociedade espetacular mercantil. Portanto, o filme constitui-se numa crítica também, não ao conjunto de imagens, que nunca foram tão abundantes na sociedade, mas ao fato de que as imagens constroem uma realidade invertida, uma “realidade falsa”, mas que é vivida e encarada como a realidade por excelência. Para alcançarmos o nosso objetivo, recorreremos ao próprio autor do livro A sociedade do Espetáculo, bem como a Benjamim (2010), Adorno (1986), Alice Gonçalves (2009), que são o nosso alicerce teórico.
Palavras-chave: Autotradução, cinema, crítica da sociedade mercantil.
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Referências
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