O passado inabordável e a necessidade de imaginação: Tabu, de Miguel Gomes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2015.103405Palavras-chave:
Tabu, Memória, Ficção, História, Colonialismo português.Resumo
Tabu (2012), filme do realizador português Miguel Gomes, assume
expressividade artística pela articulação de um enredo tecido por fragmentos
de narrativas memorialísticas, em que esse arranjo se torna o principal aspecto
constituinte da obra. A esse respeito, sobrevém ainda uma disposição ficcional,
como gênero narrativo, que conforma a realização. Certa “romantização” de
eventos históricos específicos, cremos, potencializa em nosso objeto a expressão
da dinâmica memorialística: o retorno ao tempo perdido, a um outrora mítico,
é uma empreitada impossível por natureza, inextricável de arranjos narrativos,
ainda quando tratar de episódios que tiveram lugar na realidade.
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