Análise da apuração jornalística na cobertura da posse de Jair Bolsonaro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2020.172488Palavras-chave:
Cobertura jornalística, Apuração, Pré-apuração, Fontes, Posse de Jair BolsonaroResumo
A eleição de 2018 foi um marco para o Brasil por ter levado à Presidência da República, em uma campanha marcada por fake news, um candidato de extrema-direita após três décadas de democratização no país. Analisamos a cobertura jornalística da chegada de Jair Bolsonaro ao poder, nos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, nos portais UOL e G1, e nas revistas Carta Capital, Época, IstoÉ e Veja. O estudo se concentra nas práticas de apuração passíveis de identificação nos textos. A análise mostra pouco investimento em pré-apuração de informações, burocrática apuração durante o evento, utilização pouco criteriosa da internet e das redes sociais, persistente tendência em priorizar fontes e interpretações oficiais, uso excessivo e não recomendável de fontes sem identificação. Estas são ações determinantes nos entendimentos que a imprensa oferece a respeito do novo governo.
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