Memórias sonoras: deslocamentos da vida cotidiana em Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217111

Palavras-chave:

Memória sonora, Identidade, Patrimônio

Resumo

Neste artigo, adotamos a metodologia da pesquisa-ação para discutir conceitos como memória e patrimônio sonoros. Analisamos práticas de um projeto de extensão, ensino e pesquisa que defende o som das cidades como protagonista da memória e da identidade local, apresentando experiências de quatro cidades: Caruaru, João Pessoa, Mariana e Ouro Preto, que compõem o projeto Memória Sonora com outras seis cidades brasileiras. Partimos da compreensão de que o som integra o patrimônio cultural e a identidade regional e que seu registro garante não só a perenidade deste bem imaterial, mas também seu enredamento com outras práticas de consumo características da sociedade contemporânea. Defendemos, portanto, a criação de um espaço com acesso público, em plataformas digitais, que registre os sons das cidades para permitir a compreensão da diversidade das memórias sonoras dos sujeitos, construídas, muitas vezes inconscientemente, em torno de seus múltiplos processos individuais e interações sociais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Sheila Borges de Oliveira, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutora em Sociologia (2013), mestra em Comunicação (2005) e especialista em História Contemporânea (2001) pela UFPE. Graduada em Jornalismo (1991/Unicap) e Publicidade e Propaganda (1991/UFPE). Professora Adjunta do Núcleo de Design e Comunicação da UFPE. Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Inovação Social da UFPE e do grupo de pesquisa Observatório da Vida Agreste. Pesquisa redes e tecnologias sociais, mídias sonoras, mídias digitais, educação popular, política e cultura participativa. É autora do livro “O repórter-amador: uma análise das disposições sociais motivadoras das práticas jornalísticas do cidadão comum” (2015) e uma das organizadoras dos livros “Projeto Conexões: os impactos das novas mídias na comunicação”, volumes 1 (2017) e 2 (2018).

  • Debora Cristina Lopez, Universidade Federal de Ouro Preto

    Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com estágio pós-doutoral na Universidad de Extremadura (Espanha). Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e da graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Bolsista Produtividade em Pesquisa Pq-2 (CNPq). Coordena o Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo (ConJor/UFOP) e o projeto de extensão interinstitucional Memória Sonora. Coordena o Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom e preside o Conselho Diretor da Rede de Rádios Universitárias do Brasil (RUBRA). É autora de Novo rádio, velhas narrativas (2022) e Radiojornalismo Hipermidiático (2010).

  • Norma Meireles, Universidade Federal da Paraíba

    Docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFPB. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Jornalismo Audiovisual Expandido (JAE/UFPB) e do Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo (ConJor/UFOP). Doutora em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (PPGE/UFPB). Integra o Conselho Diretor da Rede de Rádios Universitárias do Brasil (RUBRA). Foi Diretora Regional Nordeste da Intercom. Pesquisa rádio, radialismo, radiojornalismo, educação superior, meio ambiente e gênero.

Referências

Almeida, S. A., Corrêa C. B., Carneiro, R. T., Lara, P., & Pidhorodecki, G. (2013). Olhares Sobre Ouro Preto/MG: espaço e ocupação ao longo de 300 anos. Anais Semana de Geografia, 1(1), 40-44.

Alves, J., & Lopez, D. C. (2021). Experiência, emoções e narrativa sonora no podcast Medo e Delírio em Brasília [Apresentação de trabalho]. 19º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, Brasília, DF, Brasil. https://tinyurl.com/y9cp8td8

Balsebre, A. (2005). A linguagem radiofônica. In E. Meditsch (Org.), Teorias do rádio (Vol. 1, pp. 327-336). Insular.

Bechler, R. R., & Pereira, J. S. (2015). Ouro Preto de todos os tempos: sentidos e efeitos do patrimônio na condição histórica da cidade. Revista História Hoje, 3(6), 67-90. https://doi.org/10.20949/rhhj.v3i6.157

Bruck, M. S. (2011). Um novo estatuto para a escuta radiofônica. Logos, 18(2), 18-30. https://doi.org/10.12957/logos.2011.2284

Butler, A., & Sarlöv-Herlin, I. (2019). Changing landscape identity—practice, plurality, and power. Landscape Research, 44(3), 271-277.

Costa, M. J. S. R., Ribeiro, A. G., & Araujo, P. A. (2013). As artes no rádio e a RadioArte no Brasil. Polêm!ca, 12 (4), 651-668.

DaMatta, R. (1984). O que faz o Brasil, Brasil? (Vol. 1). Rocco.

Engel, G. I. (2000). Pesquisa-Ação. Educar, (16), 181-191. https://doi.org/10.1590/0104-4060.214

Ferraz, C. V. A. A. (2022). Agreste na rua em tempos de pandemia: a cultura popular do Nordeste nas ondas do rádio [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Pernambuco]. Repositório institucional da UFPE. https://tinyurl.com/4av8ks7w

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Atlas SA.

Gomes, M. E. (2008). A Semana Santa em Mariana, MG: estudo da relação entre patrimônio imaterial e turismo. Revista Urutágua, (15), 166-177. https://tinyurl.com/ma3tfzeb

Gondar, J. (2008). Memória individual, memória coletiva, memória social. Revista Morpheus, 7(13). https://tinyurl.com/tv7rxrxw

Halbwachs, M., & Lasén Díaz, A. (1995). Memoria colectiva y memoria histórica. Reis, (69), 209-219. https://doi.org/10.2307/40183784

Haye, R. (2004). El arte radiofónico: algunas pistas sobre la constitución de su expresividad. LaCrujia.

Holliday, O. J. (1996). Para sistematizar experiências. Editora Universitária UFPB.

Kaplún, M. (2017). Produção de programas de rádio: do roteiro à direção. Insular.

Lidskog, R. (2016). The role of music in ethnic identity formation in diaspora: a research review. International Social Science Journal, 66(219-220), 23-38. https://doi.org/10.1111/issj.12091

Lopez, D. C., & Chagas, L. (2022). A multidimensionalidade do objeto radiofônico: caminhos para compreender o debate. Esferas, 1(23), I-XIII. https://tinyurl.com/24stj94v

Marques, P. C. L. (2009). Que festa é essa? analisando as festas juninas de Caruaru e Campina Grande das revistas de turismo [Apresentação de trabalho]. 6º Seminário da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo. São Paulo, São Paulo, Brasil. https://tinyurl.com/3abef7rf

Meneguello, C. (2017). Das ruas para os museus: a paisagem sonora como memória, registro e criação. MÉTIS: História & Cultura, 16(32), 22-42. http://dx.doi.org/10.18226/22362762.v16.n.32.01

Montanheiro, F. C. (2008). Quem toca o sino não acompanha a procissão: toques de sino e ambiente festivo em Ouro Preto. Revista Brasileira de História das Religiões, 1, 1-10. https://tinyurl.com/43es4ued

O’Brien, R. (2003). Uma análise da abordagem metodológica da pesquisa-ação. In R. J. Richardson (Org.), Pesquisa-ação: princípios e métodos (Vol. 1, pp. 193-219). Editora Universitária UFPB.

Paes, M. T. D. (2009). Patrimônio cultural, turismo e identidades territoriais: um olhar geográfico. In R. Bartholo, D. G. Sansolo, & I. Bursztyn (Orgs.), Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras (pp. 162-176). Letra e Imagem.

Pinheiro, F. A. D. (2006). Confrades do Rosário: sociabilidade e identidade étnica em Mariana – Minas Gerais (1745-1820) [Tese de doutorado, Universidade Federal Fluminense]. Repositório institucional da UFF. https://tinyurl.com/5dn8zm6b

Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, 2(3), 3-15. https://tinyurl.com/3ykyatym

Rezende, Y. A. E., Alves, K. S., & Villaschi, J. N. S. (2018). Corpos dissidentes na rua: Territorialidade e identidades acionadas no carnaval de Ouro Preto (MG). Revista Periódicus, 1(8), 213-237. https://doi.org/10.9771/peri.v1i8.23884

Schafer, R. M. (2001). A afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora. Unesp.

Severino, A. J. (2015). Metodologia do trabalho científico. Cortez.

Silva, J. D. d. (2010). “Festas Bôas” de Caruaru-PE: Da Conceição à Capital do Forró (1950-1985) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco]. Repositório institucional da UFPE. https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7874/1/arquivo833_1.pdf

Souza, E. C. M. (2013). Cidade monumento, cidade universitária: usos do patrimônio histórico e sociabilidade juvenil em Ouro Preto/MG. Século XXI, 8(3), 912-947. https://doi.org/10.5902/2236672537528

Stake, R. E (2011). Pesquisa qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Penso.

Tan, J. K. A., Hasegawa, Y., Lau S. K., & Tang, S. K. (2022). The effects of visual landscape and traffic type on soundscape perception in high-rise residential estates of an urban city. Applied Acoustics, 189. https://doi.org/10.1016/j.apacoust.2021.108580

Tripp, D. (2005) Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, 31(3), 443-466. https://tinyurl.com/4x2suszm

Valverde, M. (2010). Comunicação e experiência estética. In B. S. Leal, C. Guimarães, & C. Mendonça (Orgs.), Entre o sensível e o comunicacional (pp. 57-71). Autêntica.

Downloads

Publicado

2023-11-23

Edição

v. 12 n. 2 (2023)

Seção

DOSSIÊ

Licença

Copyright (c) 2023 Sheila Borges de Oliveira, Debora Cristina Lopez, Norma Meireles

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons

1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

  1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
  2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
  3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.

Dados de financiamento

Como Citar

Memórias sonoras: deslocamentos da vida cotidiana em Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco. (2023). Novos Olhares, 12(2), 77-89. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217111