Vozes femininas nos documentários A Entrevista (Helena Solberg, 1966) e A Opinião Pública (Arnaldo Jabor, 1967)

Autores

  • Clotilde Borges Guimarães Fundação Armando Alvares Penteado

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217151

Palavras-chave:

Voz, Documentário, Som direto, Polifonia, Mulheres

Resumo

Este artigo pretende reavaliar questões levantadas na minha dissertação de Mestrado sobre o uso polifônico da voz nos documentários brasileiros da década de 1960, nos quais foi usada uma nova tecnologia de gravação sonora com o equipamento portátil Nagra III. Polifonia é um termo usado pelo linguista Mikhail Backhtin para definir a relação do autor com outras vozes no romance. Nessa reavaliação, vamos examinar o uso das vozes femininas em dois documentários realizados em 1966 e 1967: A Entrevista, de Helena Solberg, e A Opinião Pública, de Arnaldo Jabor. Pretendemos discutir a postura dos diretores ao realizarem essas entrevistas e como elas foram usadas no discurso desses dois filmes. Além do uso polifônico ou monológico dessas vozes nos documentários, o que mais pode-se observar sobre esses depoimentos?

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Clotilde Borges Guimarães, Fundação Armando Alvares Penteado

    De nome artístico Tide Borges, é graduada (1984), mestra (2008) e doutora (2020) em cinema pela Escola de Comunicações de Artes da Universidade de São Paulo (ECA/ USP). Desde 1982 trabalha com som para cinema, fez vários curtas, documentários, filmes para a TV, longasmetragens e séries, como técnica de som direto e como finalizadora de som. É sócia-fundadora (2000) da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) e professora de som para os cursos de Cinema e Produção Audiovisual da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP/SP) desde 2010. É artista sonora e pertence à rede Sonora Músicas e Feminismos.

Referências

Aristóteles. (1966). Arte retórica e arte poética. Ediouro.

Bakhtin, M. (2002). Problemas da poética de Dostoiévski. (P. Bezerra, trad.). Forense Universitária.

Bernardet, J.-C. (2003). Cineastas e imagens do povo. Companhia das Letras.

Bezerra, P. (2005). Polifonia. In B. Brait (Org.), Bakhtin, conceitos-chave. Contexto.

Bonitzer, P. (1975). Les silences de la Voix. Cahiers du Cinema, (256), 22-33.

Cargnelutti, C. M., & Alós, A. P. (2019). A mulher como o outro: uma história de deslegitimação e silenciamento. Linguagens & Cidadania, 21(esp). https://doi.org/10.5902/1516849238791

Cavarero, A. (2011). Vozes plurais: filosofia da expressão vocal. Ed. UFMG.

Chion, M. (2011). A audiovisão. Edições Texto & Grafia.

Da-Rin, S. (2004). Espelho partido, tradição e transformação do documentário. Azougue Editorial.

Doane, M. A. (1983). A voz no cinema: a articulação de corpo e espaço. In I. Xavier (Org.), A experiência do cinema: antologia (p. 455). Edições Graal.

Eisenstein, S., Pudovkin, V., & Alexandrov, G. (2002). Declaração sobre o futuro do cinema sonoro. In S. Eisenstein, A forma do filme. (pp. 225-227). Zahar.

Guimarães, C. B. (2008) A introdução do som direto no documentário brasileiro da década de 1960. [Dissertação de Mestrado, Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo]. Biblioteca digital de teses e dissertações da USP. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-24042009-154141/publico/649661.pdf

Hirszman, L. (Diretor). (1964). Maioria absoluta [Filme]. Leon Hirszman Produções.

Hirszman, L. (1995). É Bom Falar. Montagem de entrevistas por A. Lorençato e C. A. Calil. Centro Cultural Banco do Brasil.

Holanda, K. (2015). Documentaristas brasileiras e as vozes feminina e masculina. Revista Significação, 42(44), 339-358.

Holanda, K. (2017). Helena Solberg: Entre o pessoal e o político. Revista Devires, 14(2), 184-203.

Jabor, A. (Diretor). (1967). A Opinião pública [Filme]. Sagitário Produções Cinematográficas.

Jabor, A. (2022). A classe média pelas lentes de Arnaldo Jabor: Cineastas do Real / Entrevistado por Amir Labaki. https://www.youtube.com/watch?v=2bbee1iLq34

Lins, C. L. (2003). Opinião pública (Arnaldo Jabor, 1966), retrato de classe (Gregório Basic, 1977) e Edifício Master (Eduardo Coutinho, 2002): a classe média vai ao paraíso. Intersecções, 1(1), 127-136.

Lins, C. L. (2004). O documentário de Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo. Jorge Zahar.

Miranda, M. G. G. P. (2013). O Estatuto da Mulher Casada de 1962. [Trabalho de Conclusão de Curso de História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. Repositório Digital UFRGS. http://hdl.handle.net/10183/90299

Nichols, B. (2012). Introdução ao documentário. Papirus.

Solberg, H. (Diretora). (1966). A entrevista [Filme]. CAIC.

Tavares, M. R., & Cunha, E.J.L. (2016). O cinema documentário de Helena Solberg. Pós: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, 6(12), 126-140.

Xavier, I. (2001). O cinema brasileiro moderno. Paz e Terra.

Zumthor, P. (1997). Introdução à poesia oral. Editora Hucitec.

Downloads

Publicado

2023-11-23

Edição

Seção

DOSSIÊ

Como Citar

Vozes femininas nos documentários A Entrevista (Helena Solberg, 1966) e A Opinião Pública (Arnaldo Jabor, 1967). (2023). Novos Olhares, 12(2), 63-76. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2023.217151