A narradora de Caderno Afegão: uma jornalista na borda do mundo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2024.223139Palavras-chave:
narrativas de viagem, Reportagem, escrita feminina, relações interculturaisResumo
A proposta deste artigo é investigar, por meio da análise da voz da narradora de Caderno Afegão, a alternância entre o diário pessoal e a reportagem, bem como as adesões entre as identidades textual e autoral, manifestas a partir de questões de gênero, que o choque entre diferentes culturas faz emergir. Nossa hipótese é que a subjetividade da narradora se constrói, textualmente, a partir dos encontros culturais que ela experimenta. Assim, aos poucos, o olhar distanciado de repórter estrangeira dá lugar a uma perspectiva feminina, de solidariedade com as mulheres afegãs. O exame da obra traz pelos menos duas importantes contribuições aos estudos da narrativa jornalística: primeiro, permite compreender flutuações entre gêneros de não ficção e hibridações, presentes no jornalismo contemporâneo de língua portuguesa; segundo, problematiza, no campo da narratologia, as relações entre o autor empírico e o narrador nos relatos factuais.
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Referências
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