Brincar e resistir: fotoetnografia do empoderamento de crianças em terreiros de umbanda contra o racismo religioso escolar

Autores

  • Maria Cristina Marques Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2024.226039

Palavras-chave:

Racismo religioso, empoderamento infantil, educação, brincar, fotoetnografia

Resumo

Este estudo explora como as práticas lúdicas em terreiros de Umbanda, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, auxiliam no empoderamento de crianças umbandistas para enfrentar o racismo religioso em ambientes escolares. Adotando metodologias etnográficas e fotoetnográficas, o estudo empregou observações participativas, imagens e entrevistas para analisar a integração dessas atividades às práticas religiosas e mostrar como são representadas no contexto educacional. Destaca-se a figura do “Super Exu”, uma adaptação lúdica de uma entidade espiritual que as crianças usam como símbolo de poder e resistência. Os resultados mostram que o brincar, entrelaçado ao contexto religioso, fortalece a identidade das crianças e fornece ferramentas simbólicas e emocionais para combater a discriminação. O estudo conclui que respeitar essas experiências religiosas e lúdicas nos currículos escolares pode promover um ambiente educacional mais inclusivo e respeitoso, valorizando a diversidade religiosa e cultural.

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Biografia do Autor

  • Maria Cristina Marques, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Professora Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Professora de Língua Inglesa na Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro e de Língua Portuguesa no município de Macaé, Rio de Janeiro. Pesquisadora Independente. Sacerdotisa de Umbanda.

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Publicado

2024-09-09

Edição

Seção

DOSSIÊ

Como Citar

Marques, M. C. (2024). Brincar e resistir: fotoetnografia do empoderamento de crianças em terreiros de umbanda contra o racismo religioso escolar. Novos Olhares, 13(1), 84-98. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2024.226039