Call for Papers Dossiê 45 - Comunicação Pública e Cidadania (maio - agosto 2024)

 

Organicom

Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas

Dossiê Comunicação Pública e Cidadania

Ano de 2024 – número 45 (maio a agosto)

 

 

 

Coordenadores:

Jorge Duarte (Embrapa/UnB/ABCPública)

Michele Goulart Massuchin (Universidade Federal do Paraná)

 

 

CHAMADA DE ARTIGOS

 

A Comunicação Pública se consolidou no século XXI como um campo acadêmico multidisciplinar, objeto de ensino em cursos de graduação e pós-graduação, tema de monografias, dissertações e teses. Uma das características tem sido a ênfase na interação entre organizações – públicas, privadas e do terceiro setor – e a sociedade, com o objetivo de promover um ambiente mais democrático e participativo e garantir a qualidade da informação. Neste sentido, o foco da comunicação pública é o cidadão.

A Comunicação Pública, portanto, engloba, mas vai além do mero fornecimento de informações. Ela envolve, inclusive, setores sociais, incluindo organizações não-governamentais e entidades corporativas, em um compromisso mútuo para a construção da cidadania. Neste contexto, a cidadania é entendida não apenas como um conjunto de direitos legais, mas como uma forma de participação ativa na vida pública. Não menos importante, deve-se destacar que a Comunicação Pública está atrelada a situações complexas e conflituosas, em espaços de disputa, principalmente no âmbito do Estado, e que isso também deve ser considerado na observação dos fenômenos. Isso quando a Comunicação Pública também não está envolta por estratégias que possuem outras finalidades.

Para pesquisadores e pesquisadoras envolvidos neste campo, a responsabilidade é dupla: investigar o modo como as situações lidam com todas as faces da Comunicação Pública e, por vezes, propor aprimoramento nos canais existentes de diálogo e informação para garantir sua eficácia e qualidade. Esta dualidade visa não apenas à disseminação de informações, mas também o estímulo de uma democracia participativa e consciente, onde o cidadão não é apenas receptor, mas também um agente ativo no processo comunicativo.

A Organicom reconhece o papel multifacetado dos pesquisadores e das pesquisadoras que possuem diferentes interesses dentro desta subárea. Eles e elas investigam mecanismos, eficácia, transparência, conflitos, disputas e ética das estratégias comunicativas das organizações, contribuindo para o desenvolvimento e a visibilidade de modelos mais inclusivos e transparentes de comunicação. E, tanto por meio das pesquisas empíricas e análises teórica, ajudam a compreender – com a devida robustez necessária – como a Comunicação Pública pode promover uma cidadania ativa e uma democracia robusta, ainda que imersa em contextos complexos e dinâmicos.

Dessa forma, esta edição especial sobre “Comunicação Pública e Cidadania” busca avançar nas pesquisas sobre o tema, tratando de interesses e conflitos, uso de tecnologias e adaptação de práticas comunicacionais a contextos culturais e políticos variados. O objetivo final é fornecer insights a partir de análises empíricas e, por vezes, recomendações que possam ser aplicadas na prática, tendo como base reflexões teóricas sobre esta perspectiva conceitual.

A seguir, elenca-se alguns temas de interesse do dossiê que sugerem a diversidade de abordagens sobre o assunto e, também, o interesse pela perspectiva da sua conexão com a cidadania.

• Conceitos e práticas de Comunicação Pública: Estudos sobre evolução do conceito e das práticas, desde suas origens até a situação atual, no Brasil e exterior.
• Transparência, Prestação de contas e Cidadania Informada: comunicação contribuindo para uma cidadania mais informada e engajada seja em instituições do Estado (Executivo, Judiciário e Legislativo), de iniciativas privadas ou da sociedade civil.
• Comunicação Governamental e/ou de Estado: discussão sobre os problemas que emergem dos conflitos políticos e atravessam a Comunicação Pública. Desmonte da Comunicação Pública e tensões em âmbito governamental. Radiodifusão Pública e iniciativas para relacionamento com os cidadãos.
• Comunicação e Participação Cidadã: estratégias de comunicação para fomentar uma participação cidadã mais ativa em processos políticos e sociais. Comunicação usada para ampliar o engajamento dos cidadãos na gestão pública. Mecanismos de feedback para refletir as necessidades e vozes dos cidadãos.
• Comunicação, Inclusão e Direitos Humanos: comunicação usada para informar e orientar os cidadãos sobre seus direitos, promovendo uma cidadania mais consciente e ativa. Estratégias de comunicação para incluir grupos socialmente ou economicamente marginalizados.
• Crises e Comunicação Pública: situações de emergência, conflitos e disputas em que há tensionamentos quanto as formas de disponibilização de informação, organização diálogo e comportamento diante do cidadão.
• Políticas de Comunicação Pública: Impacto de políticas de comunicação no incentivo ou inibição de formas ativas de cidadania. Temas que atravessam a perspectiva da acessibilidade na comunicação.
• Comunicação e Saúde: Análise de iniciativas de Comunicação Pública voltadas para a saúde, como campanhas governamentais.
• Desinformação: Papel da Comunicação Pública no enfrentamento da desinformação. Estratégias de uso de mecanismos das organizações para oferta de informação e diálogo.
• Comunicação Pública da Ciência: Experiências de divulgação e popularização da Ciência a partir do viés da Comunicação Pública. Desafios e conflitos em meio à desinformação científica.

 

Data limite para envio dos artigos: 30/04/2024

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