Córregos ocultos na cidade de São Paulo: Córrego Tiburtino na Lapa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i39p241-260Palavras-chave:
Córregos. Memória. Paisagismo.Resumo
Este artigo trata dos córregos ocultos em São Paulo, com ênfase em um caso particular: o córrego Tiburtino. Pretende-se fazer emergir à consciência a existência de cursos d’água naturais vivos, embora ocultados. Para isso, empregaram-se como métodos investigativos: pesquisa cartográfica, visita a campo, consulta de jornais e crônicas de viagens, entre outras fontes, visando ao reconhecimento de algum curso d’água suprimido da paisagem paulistana. Aplicando-se o método mencionado, delimita-se o distrito da Lapa como recorte geográfico, região onde há grande probabilidade de localizar nascentes e córregos. Posteriormente, uma vertente é identificada no bairro conhecido como Vila Ipojuca. A investigação dessa nascente leva à detecção de uma rede de córregos pertencentes a uma bacia hidrográfica que se encontra totalmente velada – a bacia do córrego Tiburtino. Durante a investigação histórica, constata-se que o aproveitamento dos córregos na paisagem foi suprimido em decorrência de processos que deterioraram os cursos d´água, como a ineficiência do Estado em estabelecer uma rede eficaz de coleta e tratamento de esgotos. Isso é um problema atual: os córregos estudados exalam forte odor, que denuncia o despejo de esgoto em suas águas. Os trajetos descritos neste artigo remontam o curso que as águas seguiam. Presenciam-se as marcas deixadas pelo córrego no ambiente urbano: vielas, bueiros, odores e até o som do córrego fluindo podem ser notados. No entanto, em raros momentos é possível observar as águas, que continuam correndo anônimas nas entranhas da cidade.
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