Relação entre espaços urbanos e espaços fluviais: conflitos e interações em Ipaba (MG), no Vale do Rio Doce
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.paam.2021.170747Palavras-chave:
Margens fluviais, Urbanização, Rio Doce, Espaços livres, Região metropolitana do Vale do AçoResumo
O trabalho possui como objetivo principal analisar a relação entre espaço urbano e espaço fluvial no município de Ipaba (MG), que está inserido ao longo do Vale do Rio Doce. O município mineiro também está inserido na periferia geográfica, social e econômica da Região Metropolitana do Vale do Aço, que consiste em uma aglomeração de municípios extremamente dinâmica do ponto de vista socioeconômico, abrigando infraestruturas e plantas industriais responsáveis por (re)modelar a dinâmica de ocupação territorial da região, incluindo os espaços lindeiros ao rio Doce. A metodologia consistiu em revisão bibliográfica sobre o tema e na aplicação de método desenvolvido por Souza (2015), para análise do espaço fluvial. Foi observado que as margens, no município, são totalmente privatizadas, ocupadas por áreas agrícolas e desarticuladas do tecido urbano. Além disso, observa-se que o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco (Vale/BHP Billiton), trouxe expressivos impactos sociais e territoriais para o local, que, somados a uma legislação ineficiente, e ao vetor de crescimento do município, em sentido oposto ao rio, podem resultar em distanciamento de laços afetivos da população para com o rio.
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