Um augúrio da continuidade - limites como intermédio entre arquitetura, paisagem e arqueologia

Resumo

A relação entre as diferentes temporalidades espaciais da cidade contemporânea é expressa por fronteiras claramente definidas. A questão dos limites é identificada em variadas escalas e contextos, quer entre zonas arqueológicas e o tecido urbano, quer entre monumentos e o seu espaço imediato. Não importa o objeto, os limites existem e representam traços de conflitos que não podem ser ignorados. No entanto, admitir a presença de limites não representa simplesmente a aceitação de um conflito, mas o reconhecimento do espaço como uma continuidade ambivalente. A compreensão de sua importância e significado elimina a ideia de que a dissolução das fronteiras é condição sine qua non para integração do espaço. As metodologias de projeto utilizadas para valorizar o patrimônio não devem aspirar à abolição dos limites, mas a enfatizá-los para redefinir as relações ocorrentes na cidade contemporânea. Este artigo disserta sobre a inevitável presença dos limites na produção espacial, seu entendimento como elemento essencial da arquitetura, e apresenta um estudo de caso na cidade de Roma como ilustração do tema sob uma perspectiva que reimagina as relações entre as temporalidades da cidade contemporânea, seus objetos e eventos.