Da Paisagem do Tropeirismo à Paisagem da Ancestralidade Indígena: uma leitura do patrimônio paisagístico da Coxilha Rica à luz da memória ancestral Jê do Sul
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.paam.2023.223613Palavras-chave:
Memória, Paisagem, Patrimônio Arqueológico, Jê do Sul, Coxilha Rica, LagesResumo
Este artigo objetiva efetuar uma leitura da paisagem da Coxilha Rica em Lages (SC) à luz da memória ancestral indígena, diante da invisibilização do patrimônio arqueológico Jê do Sul no mosaico natural e cultural da paisagem do tropeirismo. Para isso, foi efetuada uma pesquisa qualitativa baseada nos procedimentos metodológicos de: documentação indireta a partir de fontes documentais e iconográficas sobre os indígenas na região de Lages e de bibliografia sobre a paisagem fenomênica, as estruturas escavadas e a cultura Jê do Sul; documentação direta, com levantamento de dados in loco e registro fotográfico; e reflexão crítica acerca da preservação da paisagem. Assim, destaca-se a importância de investigações poético-fenomenológicas no campo do paisagismo em prol da valorização da memória ancestral indígena, remetendo a futuros estudos dialógicos que englobem educação patrimonial, legislação brasileira e projetos paisagísticos em áreas arqueológicas.
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