A Cartografia Feminista: Pistas para uma Política de Pesquisa Feminista na Psicologia Social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

cartografia, análise institucional, feminismo, psicologia social

Resumo

A cartografia é uma postura ética-estética-política de fazer pesquisa, uma forma de produzir conhecimento habitada insistentemente pelo desconhecido e o feminismo é uma ferramenta potente para analisar as relações de poder. O objetivo deste estudo é cartografar a própria cartografia para pensar de que maneiras, na tessitura de um campo, as epistemologias e metodologias feministas permitem à cartografia interrogar-se a si mesma acerca de seus modos de funcionamento, ferramentas e implicações. Trata-se de artigo teórico de uma pesquisa que entrevistou mulheres em prisões no Brasil e em Portugal. Cruzamos pistas da cartografia com inspirações feministas para mostrar que fazer pesquisa é mais o percurso que traçamos do que um produto pronto ao final. Propomos pistas para entender a cartografia como política de produção de conhecimento inscrito na política e defendemos que uma dobradura feminista no ethos cartográfico pode radicalizar a produção de conhecimento da perspectiva da filosofia da diferença.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Bhavnani, K. (1993). Tracing de counters: Feminist research and feminist objectivity. Women’s Studies International Forum, 16(2), 95-104. https://atgender.eu/wp-content/uploads/sites/207/2022/03/1-s2.0-027753959390001P-main.pdf

Braidotti, R. (2005). A critical cartography of feminism post-postmodern. Australian Feminist Studies, 20(47), 169-180. https://doi.org/10.1080/08164640500090319

Cavalcanti, C., & Sander, V. (2019). Contágios, fronteiras e encontros: Articulando analíticas da cisgeneridade por entre tramas etnográficas em investigações sobre prisão [Contagions, frontiers, and encounters: Articulating analytical cisgender experience/perspective through ethnographic accounts in prison investigations]. Cadernos Pagu, (55), 1-32. https://doi.org/10.1590/18094449201900550007

D’Angelo, L. B., Hernandez, J. G., & Uziel, A. P. (2019). Por entre fronteiras e dobras da prisão: Traçando cartografias em ethos feminista [Between prison borders and folds: Tracing cartographies on a feminist ethos]. Cadernos Pagu, (55), 1-30. https://doi.org/10.1590/18094449201900550002

Dimenstein, M., Silva, G. N., Dantas, C., Macedo, J. P., Leite, J. F., & Alves, A., Filho. (2020). Gênero na perspectiva decolonial: Revisão integrativa no cenário latino-americano [Gender in the decolonial perspective: Integrative revision in latin-american scenario]. Revista Estudos Feministas, 28(3), e61905. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n361905

Dóbies, D. V. (2022). Em busca de agentes inquietantes para os coletivos: Uma revisão conceitual articulada à Análise Institucional [In search of disquieting agents for collectives: A conceptual revision articulated to Institutional Analysis]. Mnemosine, 18(1), 214-239.

Eskalera Karakola. (2004). Prólogo: Diferentes diferencias y ciudadanías excluyentes: Una revisión feminista [Prologue: Different differences and outcasting citizenship: A feminist revision]. In B. Hooks, A. Brah, C. Sandoval, G. Anzaldúa, A. L. Morales, K. K. Bhavnani, M. Coulson, M. J. Alexander, & C. T. Mohanty. Otras inapropriables: Feminismos desde las fronteras [Other inapprehensibilities: Feminisms from the frontiers] (pp. 9-32). Traficantes de Sueños.

Fanon, F. (2022). Os condenados da terra [The wretched of the earth]. Zahar.

Foucault, M., & Deleuze, G. (2021). Os intelectuais e o poder: Conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze [Intellectuals and power: A conversation between Michel Foucault and Gilles Deleuze]. In M. Foucault. Microfísica do poder [Microphysics of Power] (13a ed.). Paz e Terra.

Guattari, F. (1981). Revolução molecular [Molecular revolution]. Brasiliense.

Haraway, D. (1995). Saberes localizados: A questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial [Situated knowledges: The science question in feminism and the privilege of partial perspective]. Cadernos Pagu, (5), 7-41 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773/1828

Hernández, J. G., Nascimento, M. F., & Uziel, A. P. (2017). Young men deprived of liberty: Notes on a psychosocial investigation with feminist perspective. Psicoperspectivas, 16(2), 91-102. https://www.scielo.cl/pdf/psicop/v16n2/0718-6924-psicop-16-02-00091.pdf

Hollanda, H. B. (2020). Agora somos todas decoloniais? [Are we all decolonial now?]. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista hoje: Perspectivas decoloniais [Feminist thought today: Decolonial perspectives]. Bazar do Tempo.

Hur, D. U. (2021). Cartografia das intensidades: Pesquisa e método em esquizoanálise [Cartography of intensities: Research and method in schizoanalysis]. Revista Práxis Educacional, 17(46), 275-292. https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i46.8392

Ingold, T. (2022). Linhas: Uma breve história [Lines: A brief history]. Vozes.

López Rodríguez, J. V. (2018). Convergencias, divergencias y posicionamiento entre lo decolonial, lo descolonial y lo poscolonial desde miradas feministas del Sur [Convergences, divergences and positioning between the decolonial, the descolonial and the postcolonial from feminist perspectives of the South]. Analéctica, 5(31), 33-38. http://portal.amelica.org/ameli/jatsRepo/251/2511805007/2511805007.pdf

Lugones, M. (2019). Rumo a um feminismo decolonial [Toward a decolonial feminism]. In H. B. Hollanda (Org.), Pensamento feminista: Conceitos fundamentais [Feminist thought: Key concepts] (pp. 356-377). Bazar do Tempo.

Mohanty, S. P. (1995). Epilogue. Colonial legacies, Multicultural futures: Relativism, objectivity, and the challenge of otherness. PMLA, 110(1), 108-118. https://www.jstor.org/stable/463198

Padovani, N. C. (2017). É possível fazer ciências sociais sem uma análise crítica das categorias de diferenciação? Uma proposição feminista [Is it possible to make social sciences without a critical analysis of differentiation categories? A feminist proposal]. Cadernos de Estudos Sociais e Políticos, 7(12), 6-30. https://doi.org/10.12957/cesp.2017.37720

Passos, E., & Kastrup, V. (2013). Sobre a validação da pesquisa cartográfica: Acesso à experiência, consistência e produção de efeitos [On the validation of cartographic research: Access to experience, consistency and effect]. Fractal, Revista de Psicologia, 25(2), 391- 414. https://doi.org/10.1590/S1984-02922013000200011

Romagnoli, R. C. (2014). O conceito de implicação e a pesquisa-intervenção institucionalista [The concept of implication and the institutionalist intervention-research]. Psicologia e Sociedade, 26(1), 44-52. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100006

Rolnik, S. (2014). Cartografia sentimental: Transformações contemporâneas do desejo [Sentimental cartography: Contemporary transformations of desire] (2a ed.). Sulina.

Tedesco, S. H., Sade, C., & Caliman, L. V. (2013). A entrevista na pesquisa cartográfica: A experiência do dizer [The interview in the cartography research: The experience of saying]. Fractal, Revista de Psicologia, 25(2), 299-322. https://doi.org/10.1590/S1984-02922013000200006

Publicado

2024-05-06

Edição

Seção

Thematic Dossier “Methodological Challenges in Psychology: Contributions to Academic Practice and Training”

Como Citar

D’Angelo, L. B., & Uziel, A. P. (2024). A Cartografia Feminista: Pistas para uma Política de Pesquisa Feminista na Psicologia Social. Paidéia (Ribeirão Preto), 33, e3328. https://doi.org/10.1590/