Identificação e Responsabilização de Situações de Estupro por Estudantes Universitários

Autores

  • Wesley Henrique Pagel
  • Carolina Laurenti
  • Walkiria Maria de Oliveira Macerau
  • Isadora Vier Machado

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Resumo

Embora a sociedade tipifique o crime de estupro, muitas instituições reproduzem estereótipos desta violência sexual. Nas universidades, o estupro pode ocorrer de diversas maneiras que não correspondem ao seu estereótipo. O objetivo deste estudo foi aferir como alunos/as de graduação identificam situações de estupro nas interações entre acadêmicos/as e como atribuem responsabilidade à vítima e aos agressores. Para isso, 228 participantes opinaram sobre histórias fictícias de estupro que manipulavam as variáveis: violência sexual com ou sem penetração; comportamento prévio da vítima; relacionamento prévio entre os personagens e a presença ou ausência de força física no estupro. Os resultados mostraram que essas variáveis influenciam na identificação do estupro e que os universitários homens tendem a culpabilizar mais as vítimas do que as universitárias mulheres. Compreender os múltiplos fatores que afetam a identificação e responsabilização de situações de violência sexual pode subsidiar estratégias mais efetivas de intervenção e prevenção.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Almeida, T. M. C. (2017). Violências contra mulheres nos espaços universitários [Violence against women in the university environment]. In C. Stevens, S. Oliveira, V. Zanello, E. Silva, & C. Portela (Orgs.), Mulheres e violências: Interseccionalidades [Women and violence: Intersectionalities] (pp. 384-399). Technopolitik.

Andrade, M. M. V. (2018a). “Ela não mereceu ser estuprada”: A cultura do estupro nos casos penais [She didn’t deserve to be raped”: Rape culture in criminal cases]. Lumen Juris.

Andrade, M. M. V. (2018b). Perspectivas feministas em criminologia: A interseccionalidade entre gênero, raça e classe na análise do estupro [Feminist perspectives in criminology: The intersectionality between gender, race, and class in the analysis of rape]. Revista Brasileira de Ciência Criminais, 146(2018), 435-455. https://sistemas.rj.def.br/publico/sarova.ashx/Portal/sarova/imagem-dpge/public/arquivos/Perspectivas_feministas_em_criminologia.pdf

» https://sistemas.rj.def.br/publico/sarova.ashx/Portal/sarova/imagem-dpge/public/arquivos/Perspectivas_feministas_em_criminologia.pdf

Araújo, A. P. (2020). Abuso: A cultura do estupro no Brasil [Abuse: The rape culture in Brazil]. Globo Livros.

Barroso, M. F., & Lima, R. R. (2020). Uma crítica feminista da segurança pública no enfrentamento à violência contra mulheres [A feminist critique of public security in tackling violence against women]. Argumentum, 12(3), 69-85. https://doi.org/10.47456/argumentum.v12i3.31233

» https://doi.org/10.47456/argumentum.v12i3.31233

Carvalho, G. M., Machado, I. V., & Franco, L. M. (2020). Da liberdade à violência sexual: Uma análise do bem jurídico e do consentimento nos crimes contra a liberdade sexual [From freedom to sexual violence: An analysis of the legal interest and consent in crimes against sexual freedom]. Revista Brasileira de Ciências Criminais, 28(163), 197-238. https://bd.tjdft.jus.br/jspui/handle/tjdft/47105

» https://bd.tjdft.jus.br/jspui/handle/tjdft/47105

Decreto No. 847. (1890, 11 de outubro). Promulga o Código Penal [Enacts the Penal Code]. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/d847.htm

» http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/d847.htm

Fayet, F. A. (2011). O delito de estupro [The crime of rape]. Livraria do Advogado.

Freitas, J. C. C., & Morais, A. O. (2019). Cultura do estupro: Considerações sobre violência sexual, feminismo e Análise do Comportamento [Rape culture: Considerations on sexual violence, feminism and Behavior Analysis]. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis del Comportamiento, 27(1), 109-126. https://revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/68758

» https://revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/68758

Instituto Avon & Data Popular. (2015). Violência contra a mulher no ambiente universitário [Violence against women on campus]. https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/dados-e-fontes/pesquisa/violencia-contra-a-mulher-no-ambiente-universitario-data-popularinstituto-avon-2015

» https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/dados-e-fontes/pesquisa/violencia-contra-a-mulher-no-ambiente-universitario-data-popularinstituto-avon-2015

Jorge, A. P., & Gentil, P. A. B. (2019). Importunação sexual ou estupro? Os caminhos da satisfação da lascívia [Sexual harassment or rape? The ways of satisfying lust]. Revista de Direito Penal, Processo Penal e Constituição, 5(2), 31-46. https://doi.org/10.26668/indexlawjournals/2526-0200/2019.v5i2.5951

» https://doi.org/10.26668/indexlawjournals/2526-0200/2019.v5i2.5951

Krahé, B. (1991). Social psychological issues in the study of rape. European Review of Social Psychology, 2(1), 279-309. http://dx.doi.org/10.1080/14792779143000097

» http://dx.doi.org/10.1080/14792779143000097

Krug, E. G., Dahlberg, L. L., Mercy, J. A., Zwi, A. B., & Lozano, R. (Eds.). (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde [World report on violence and health]. World Health Organization. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf_

» https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf_

Lei No. 12.015. (2009, 7 de agosto). Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei No. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1º da Lei No. 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei No. 2.252, de 1º de julho de 1954, que trata de corrupção de menores [Amends Title VI of the Special Part of Decree-Law No. 2,848, of December 7, 1940 - Penal Code, and art. 1st of Law No. 8,072, of July 25, 1990, which provides for heinous crimes, in accordance with item XLIII of art. 5th of the Federal Constitution and repeals Law No. 2,252, of July 1, 1954, which deals with corruption of minors]. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm

» http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm

Martins, A. P. A., Bandeira, L. M., & Dias, F. M. (2022). Equidade de gênero na educação superior: Retratos de violências contra estudantes no contexto de políticas institucionais [Gender equity in higher education: Portraits of violence against students in the context of institutional policies]. In T. M. C. Almeida, & V. Zanello (Orgs.), Panoramas da violência contra mulheres nas universidades brasileiras e latino-americanas [Overview of violence against women in Brazilian and Latin American universities] (pp. 359-382). Ordem dos Advogados do Brasil.

Perez, C. S. B. (2022). A gente não vai acreditar nessa neguinha! Violência sexual, de gênero, raça e classe na universidade [Let’s not believe this black girl! Sexual, gender, racial and class violence at the University]. Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, 8(2), 39-58. https://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p39

» https://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p39

Possas, L. M. V. (2022). DOSSIÊ I - “Violência de gênero na universidade” [DOSSIER I - “Gender violence at the university”]. Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília , 8(2), 7-16. http://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p7

» http://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p7

Santos, T., Nunes, R. Z. S., & Castro, A. (2021). “Moça séria não é estuprada”: Representações sociais em comentários online [“Respectable girl is not raped”: Social representations in online comments]. Revista de Psicologia da IMED, 13(2), 59-74. https://doi.org/10.18256/2175-5027.2021.v13i2.4254

» https://doi.org/10.18256/2175-5027.2021.v13i2.4254

Sasson, S., & Paul, L. A. (2014). Labeling acts of sexual violence: What roles do assault characteristics, attitudes, and life experiences play? Behavior and Social Issues, 23(1), 35-49. https://doi.org/10.5210/bsi.v23i0.5215

» https://doi.org/10.5210/bsi.v23i0.5215

Smart, C. (2003). Feminism and the power of law. Routledge.

Sousa, R. F. (2017). Cultura do estupro: Prática e incitação à violência sexual contra mulheres [Rape culture: Practice and incitement to sexual violence against women]. Estudos Feministas, 25(1), 9-29. https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n1p9

» https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n1p9

Publicado

2024-06-07

Edição

Seção

Psicologia Social

Como Citar

Pagel, W. H., Laurenti, C., Macerau, W. M. de O., & Machado, I. V. (2024). Identificação e Responsabilização de Situações de Estupro por Estudantes Universitários. Paidéia (Ribeirão Preto), 34. https://doi.org/10.1590/