Framing research: conceptualization, contextualization, representation and legitizimation

Resumo

Nos países anglófonos do Norte e do Ocidente, tem havido demonstrações de preocupação quanto à identidade, ao valor e à utilidade da pesquisa em educação ambiental. À medida que a educação ambiental se globaliza, torna-se possível para o Sul aprender lições referentes às tendências da educação ambiental praticada no Norte e às questões emergentes na pesquisa em educação ambiental. A Introdução deste artigo esboça os riscos envolvidos na explicação de como a educação ambiental e a sua pesquisa estão configuradas. Em primeiro lugar, resumem-se as grandes correntes do currículo em educação ambiental e das práticas pedagógicas; em segundo lugar, destacam-se algumas das mais importantes implicações da pesquisa em educação ambiental. Introduz-se a noção de "enquadramento" a fim de dotar os pesquisadores de um conjunto de conceitos que lhes possibilite examinar de modo mais criativo as hipóteses que eles mesmos abordam no seu trabalho de pesquisa, ao mesmo tempo que se encoraja um maior grau de reflexividade sobre o futuro do campo. É possível que esse futuro incorpore uma estética à ética e à política de pesquisa e, ao fazer isso, forneça respostas mais sensíveis à necessidade de se dar mais atenção ao desenvolvimento da tríade ontologia-epistemologia-metodologia no contexto da pesquisa em educação ambiental e da sua práxis. Uma ênfase na arte e na técnica do enquadramento convida o(s) pesquisador(es) a avaliar criticamente, por um lado, a conceitualização, contextualização, representação e legitimação do "trabalho" de pesquisa, e, por outro lado, a identidade, o valor e a utilidade tanto do pesquisador em sua individualidade quanto do campo. Exemplos da pesquisa deste autor são usados para ilustrar a noção de enquadramento. Uma versão prévia deste artigo foi entregue no V EPEA (Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental), "Configuração do Campo de Pesquisa em Educação Ambiental", realizado entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro de 2009. Essa versão retoma algumas considerações oriundas de uma oficina de pré-conferência realizada pelo autor na Universidade Federal de São Carlos ao longo de três dias.