Os movimentos de resistência das mulheres diante do avanço da “onda neoconservadora” na América Latina sob o olhar da perspectiva feminista decolonial

Autores

  • Janiffer Tammy Gusso Zarpelon Universidade Federal da Grande Dourados

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2024.224252

Palavras-chave:

Onda neoconservadora, América Latina., Perspectiva feminista decolonial

Resumo

Enquanto a década de 1990 foi marcada pelo avanço do debate e implementação de reformas em prol dos direitos humanos e das mulheres, na metade do século XXI, a América Latina foi marcada pelo crescimento das narrativas “neoconservadoras” que visam o combate ao globalismo, defesa do liberalismo econômico, da segurança nacional e dos princípios morais e familiares. O artigo visa analisar os impactos da onda neoconservadora na América Latina sobre os direitos humanos das mulheres e os movimentos sociais de defesa dos direitos das mulheres, mais especificamente, o movimento “Ola Verde” na Argentina. Essa pesquisa se baseou na metodologia qualitativa, por meio de fontes bibliográficas, sobre o avanço da onda neoconservadora na América Latina. Examinou-se, também, as contribuições do feminismo decolonial das autoras Maria Lugones, Julieta Paredes Carvajal, Lélia Gonzalez, a fim de trazer luz sobre os movimentos de resistência das mulheres, que durante muito tempo foram silenciadas, e hoje lutam contra a violência de gênero e na defesa dos seus direitos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ADICHIE, C. Ngozi (2015). Sejamos todos feministas. Tradução de Christina Baum. São Paulo: Companhia das Letras.APPLE, Michael W. (2003). Educando à direita: mercados, padrões, Deus e desigualdade. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Editora Cortez: Instituto Paulo Freire.

ARAUJO, Viviane da Silva (2022). Cruzada anti-gênero, neoconservadorismo e extrema direita na américa latina: reflexões a partir do movimento con mis hijos no te metas. Anais do 20º Encontro de História da Anpuh-Rio. Rio de Janeiro: Anpuh-Rio.

BALLESTRIN, Luciana (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, nº11. Brasília, pp. 89-117. https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004

BIROLI, Flávia; MACHADO, Maria das Dores Campos; VAGGIONE, Juan Marco (2020). Gênero, neoconservadorismo e democracia. São Paulo: Boitempo.BOLSONARO, Jair M. (2018). O caminho da prosperidade - Proposta de Plano de Governo Bolsonaro. 2018. Disponível em: http://divulgacandcontas.tse.jus.br/candidaturas/oficial/2018/BR/BR/2022802018/280000614517/proposta_1534284632231.pdf. (Acesso em: 02/06/2019).

BOLSONARO, Jair M. (2019). Bolsonaro fala em combater ideologia de gênero: veja íntegra do discurso. Notícias UOL. 01 jan./2019. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/01/01/bolsonaro-fala-em-combater-ideologia-de-genero-veja-integra-do-discurso.htm. (Acesso em: 05/06/2019).

BOURDIEU, Pierre (1998). A Economia das Trocas Linguísticas: O que Falar Quer Dizer. 2° ed. São Paulo: Editora USP.

BOURDIEU, Pierre (2003). O poder simbólico. 6° ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

BRASIL (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.CAMPILLO-VÉLEZ, B. (2013). La ideologia de gênero en el derecho colombiano. Díkaion, v. 22, n. 1, p. 13-54. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-89422013000100002&lng=es&nrm=iso&tlng=es. (Acesso em: 13/06/2019).

CARVAJAL, Julieta Paredes (2020). “Uma ruptura epistemológica com o feminismo ocidental”. In: HOLLANDA, Heloisa B. de (Org.) Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo.

COUTINHO, João Pereira (2014). As ideias conservadoras explicadas a revolucionários e reacionários. São Paulo: Editora Três Estrelas.

CUNHA, Leonan Lucas Nogueira (2020). A antipolítica de gênero no governo Bolsonaro e suas dinâmicas de violência. Reb. Revista de Estudios Brasilenhos, v. 7, n. 14. https://doi.org/10.14201/reb20207144961

DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) (2018). Eleições 2018: bancada evangélica cresce na Câmara e no Senado. Notícias DIAP. 18 out. 2018. Disponível em: https://www.diap.org.br/index.php/noticias/noticias/28532-eleicoes-2018-bancada-evangelica-cresce-na-camara-e-no-senado. (Acesso em: 13/06/2019).

GOHN, M. G. (2007). Mulheres – atrizes dos movimentos sociais: relações político-culturais e debate teórico no processo democrático. Política e Sociedade, n. 11, out. https://doi.org/10.5007/%25x

GONÇALVES, Suzane da Rocha Vieira (2019). O neoconservadorismo e os retrocessos na agenda educacional. Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient. Rio Grande, Ed. Especial EDEA, n. 2, p. 213-228. https://doi.org/10.14295/remea.v0i2.8893

GONZALEZ, Lélia (1988). A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 92, n. 93, p. 69-82.

GOULART, Dominique (2021). Maré verde feminista e um devir latino-americano. Le Monde Diplomatique Brasil. 15 jan. 2021. Disponível em: https://diplomatique.org.br/mare-verde-feminista-e-um-devir-latino-americano/ Acesso em: julho de 2023.

GROSFOGUEL, R. (2008). Transmodernity, border thinking and global coloniality. Eurozine, 2008. Disponível em: https://www.eurozine.com/transmodernity-border-thinking-and-global-coloniality/ (Acesso em: 10/05/2023).

JIMENEZ, Ana Luisa; HARDY, Ellen (2001). Masculinidad y Gênero. Revista Cubana Salud Pública, v. 27, n. 2. Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-34662001000200001. (Acesso em: 05/12/2020).

LACERDA, Marina Basso (2019). O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. Porto Alegre: Editora Zouk.

LIMA, Iana G. de.; HYPOLITO, Álvaro M. (2019). A expansão do neoconservadorismo na educação brasileira. Revista Educ. Pesqui., São Paulo, v. 45, e190901. https://doi.org/10.1590/S1678-463420194519091

LUGONES, María (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas. v.22, n. 3. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013

LUGONES, María (2020). “Colonialidade e gênero”. In: HOLLANDA, Heloisa B. de (Org.) Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo.

MIGNOLO, Walter (2003). Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Ed. UFMG.

MISKOLCI, Richard; CAMPANA, Maximiliano (2017). “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Revista Sociedade e Estado, V. 32, N. 3. https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203008

ONU Mulheres (1995). Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher (1995). Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2015/03/declaracao_pequim1.pdf . (Acesso em: 10/03/2020).

QUIJANO, Aníbal (2005). “Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina”. IN: A Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, CLACSO, 2005.

ROSADO-NUNES, M. J. F. (2015). A “ideologia de gênero” na discussão do PNE: a intervenção da hierarquia católica. Horizonte, v. 13, n. 39, p. 1237-1260. https://doi.org/10.5752/P.2175-5841.2015v13n39p1237

SCALA, J. (2010). La ideología del género. O el género como herramienta de poder. Rosario: Ediciones Logos, 2010.

SCOTT, Joan Wallach (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721 (Acesso em: 20/07/2023).

SOLANO, Ester (2018). Crise da Democracia e Extremismos de Direita. Análise - Friedrich-Ebert-Stiftung (FES) Brasil, n. 42. Disponível em: https://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/14508.pdf (Acesso em: 15/07/2020).

SOUZA, S. (2014). “Não à ideologia de gênero!” - A produção religiosa da violência de gênero na política brasileira. Estudos de Religião, v. 28, n. 2, p. 188-204. http://dx.doi.org/10.15603/2176-1078/er.v28n2p188-204

SOUZA, João Roberto dos Reis de (2022). O conservadorismo na américa latina: análise dos programas de governo apresentados nas eleições da argentina de 2011, 2015 e 2019. Revista Textos Graduados, v. 8, n. 1, volume 8. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/tg/article/view/41734 (Acesso em: 10/02/2024).

SOUZA-LOBO, E. (2011). A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

TICKNER, Ann (2008). “Gender in world politics”. In: BAYLIS, John; SMITH, Steve; OWENS, Patricia. The Globalization of World Politics: an introduction to international relations. Oxford: Oxford University Press.

VAGGIONE, Juan Marco (2020). “A restauração legal: o neoconservadorismo e o direito na América Latina”. In: Gênero, neoconservadorismo e democracia. São Paulo: Boitempo, 2020.

VITAL, C.; LOPES, P. V. L. Religião e política: uma análise da atuação de parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e de LGBTs no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll/ISER, 2013.

Downloads

Publicado

2024-10-07

Edição

Seção

Dossiê "Feminismos e antifeminismos na política "

Como Citar

Zarpelon, J. T. G. . (2024). Os movimentos de resistência das mulheres diante do avanço da “onda neoconservadora” na América Latina sob o olhar da perspectiva feminista decolonial. Plural, 31(1), 322-350. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2024.224252