Entre o movimento e o confinamento: trajetórias de (i)mobilidades de jovens envolvidos no mercado varejista de drogas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2025.235014

Palavras-chave:

Tráfico de drogas, Mobilidade urbana, Acesso à cidade, Crime, Juventude

Resumo

No presente artigo, exploramos as relações entre mobilidade, crime e identidade, a  partir das trajetórias de Lucas e Marcos, dois jovens que entraram para o comércio varejista de drogas durante a adolescência. Analisamos como o envolvimento com o tráfico limita as mobilidades pela cidade, impactando suas rotinas, possibilidades de lazer e construção identitária. O objetivo deste trabalho é observar as (i)mobilidades físicas que fazem parte da vida desses jovens. O estudo está organizado em quatro partes: na primeira, contextualizamos o ingresso de Lucas e Marcos no crime; em seguida, apresentamos como a facção é uma forma de vida que demanda lealdade e pertencimento, ao mesmo tempo que impõe restrições à circulação; na terceira parte, analisamos como o lazer está inserido na rotina desses jovens; ao final, vimos como a saída no crime pode representar ou não um aumento na mobilidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Kharine Gil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos Sociais e Políticos

    Doutoranda em Sociologia no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ).

  • Palloma Valle Menezes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Estudos Sociais e Políticos

    Professora adjunta do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ).

Referências

ADORNO, T. W. Tempo livre. In: ADORNO, T. W. Palavras e sinais, modelos críticos 2. Tradução de Maria Helena Ruschel, supervisão de Álvaro Valls. Petrópolis: Vozes, 1995. In: Jorge M. B. de ALMEIDA (Org.). Indústria cultural e sociedade. Tradução de Julia Elisabeth Levy. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

ALVES, J. D. G.; D’ANTONA, A. O.; MARANDOLA JUNIOR, E. J. Quão móveis somos? O new mobilities paradigm em questão. Caderno de Geografia. Belo Horizonte, v. 30, n. 62, 2020.

AQUINO, J. P. D.; HIRATA, D. Inserções etnográficas ao universo do crime: algumas considerações sobre pesquisas realizadas no Brasil entre 2000 e 2017. BIB. São Paulo, n. 84, 2018.

BIONDI, K. Etnografia no movimento: território, hierarquia e lei no PCC. (Tese de doutorado em Antropologia Social). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.

CARVALHO, M. B.; ROCHA, L. M.; MOTTA, J. W. B. Milícias, facções e precariedade: um estudo comparativo sobre as condições de vida nos territórios periféricos do Rio de Janeiro frente ao controle de grupos armados. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2023.

CAVALCANTI, M. Tiroteios, legibilidade e espaço urbano: Notas etnográficas de uma favela carioca. Dilemas - Revista de Estudos de Conflito e Controle Social. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, 2008.

DAMICO, J. G.; MAYER, D. E. Constituição de Masculinidades Juvenis em “contextos difíceis”: vivências de jovens nas periferias da França. Cadernos Pagu. Porto Alegre, v. 34, 2018.

DOWDNEY, L. Crianças do tráfico: um estudo de caso sobre crianças em violência armada organizada no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004.

FARIAS, J. Da asfixia: reflexões sobre a atuação do tráfico de drogas nas favelas cariocas. In: MACHADO DA SILVA, L. A. Vida sob cerco: violências e rotinas nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

GARCIA, J.; GIL, K. Jovens em perigo ou perigosos? Sobre identidades construídas e forjadas. Lutas Sociais. São Paulo, v. 25, n. 46, 2021.

GRILLO, C. C. Coisas da vida no crime: Tráfico e roubo em favelas cariocas. (Tese de doutorado em Sociologia e Antropologia). UFRJ: Rio de Janeiro, 2013.

GRILLO, C. C.; MARTINS, L. A. Indo até o problema: Roubo e circulação na cidade do Rio de Janeiro. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p. 565-590, set./dez. 2020.

HAESBAERT, R. Sobre as i-mobilidades do nosso tempo (e das nossas cidades). Mercator. Fortaleza, v. 14, n. 4, 2015.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

LEITE, M. P. Da “metáfora da guerra” ao projeto de “pacificação”: favelas e políticas de segurança pública no Rio de Janeiro. Rev. bras. segur. pública. São Paulo, v. 6, n. 2, 2012.

LYRA, D. Operários da firma. Revista Antropolítica. Niterói, n. 50, 3. quadri., p. 90-115, 2020.

MACHADO DA SILVA, L. A. (org.). Vida sob cerco: violências e rotinas nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

MACHADO DA SILVA, L. A.; LEITE, M. P. Violência, crime e polícia: o que os favelados dizem quando falam desses temas. In: MACHADO DA SILVA, L. A. (org.). Vida sob cerco: violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FAPERJ/Nova Fronteira, 2008.

MACHADO DA SILVA, L. A.; MENEZES, P. V. (Des)continuidades na experiência de “vida sob cerco” e na “sociabilidade violenta”. Novos Estud. – CEBRAP. São Paulo, v. 38, n. 3, 2019.

MAGNANI, J. G. C. O lazer na cidade. Texto apresentado ao Condephaat para fundamentar o processo de tombamento do Parque do Povo. São Paulo, 1994.

MISSE, M. Malandros, marginais, vagabundos e a acumulação social da violência no Rio de Janeiro. 1999. 413. Doutorado em Sociologia. Instituto Universitário de Pesquisas no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

MISSE, M. Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição analítica sobre a categoria. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, [S.L.], n. 79, p. 15-38, 2010.

PINTO, S. C. L. O novo paradigma epistemológico das mobilidades na dicotomia entre espaço público e espaço privado. Revista Húmus. Porto Alegre, v. 10, n. 29, 2020.

SHELLER, M. Mobility justice: The politics of movement in the age of extremes. London: Verso, 2018.

SILVA, J. S. et al. Um olhar possível sobre o conceito de mobilidade e os casos da favela da Maré e do Complexo do Alemão. In: BALBIM, R.; KRAUSE, C.; LINKE, C. C. Cidade e movimento: mobilidades e interações no desenvolvimento urbano. Brasília: Ipea: ITDP, 2016.

TEIXEIRA, C. “Saindo do crime”: igrejas pentecostais, ONGs e os significados da “ressocialização”. In: MACHADO, C.; LEITE, M. P .; BIRMAN, P .; CARNEIRO, S. S. (org.). Dispositivos urbanos e trama dos viventes: ordens e resistências. Rio de Janeiro: Editora FVG, 2015.

URRY, J. Mobilities. Cambridge: Polity Press, 2007.

WILLADINO, R.; NASCIMENTO, R. C.; SILVA, J. S. Novas configurações das redes criminosas após a implantação das UPPs. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2018.

Downloads

Publicado

2025-08-01

Edição

Seção

Dossiê: Territórios da Juventude: conexões entre cidade, política e afeto

Como Citar

Gil, K., & Menezes, P. V. . (2025). Entre o movimento e o confinamento: trajetórias de (i)mobilidades de jovens envolvidos no mercado varejista de drogas. Plural, 32(1). https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2025.235014