Entre o movimento e o confinamento: trajetórias de (i)mobilidades de jovens envolvidos no mercado varejista de drogas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2025.235014Palavras-chave:
Tráfico de drogas, Mobilidade urbana, Acesso à cidade, Crime, JuventudeResumo
No presente artigo, exploramos as relações entre mobilidade, crime e identidade, a partir das trajetórias de Lucas e Marcos, dois jovens que entraram para o comércio varejista de drogas durante a adolescência. Analisamos como o envolvimento com o tráfico limita as mobilidades pela cidade, impactando suas rotinas, possibilidades de lazer e construção identitária. O objetivo deste trabalho é observar as (i)mobilidades físicas que fazem parte da vida desses jovens. O estudo está organizado em quatro partes: na primeira, contextualizamos o ingresso de Lucas e Marcos no crime; em seguida, apresentamos como a facção é uma forma de vida que demanda lealdade e pertencimento, ao mesmo tempo que impõe restrições à circulação; na terceira parte, analisamos como o lazer está inserido na rotina desses jovens; ao final, vimos como a saída no crime pode representar ou não um aumento na mobilidade.
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