A escrita da dor e a violência ordinária
DOI:
https://doi.org/10.11606/w8b1nd51Palavras-chave:
escrita, dor, violência, Conceição Evaristo, Becos da memóriaResumo
Escrever a dor. Essa é a saída que Maria-Nova, personagem de Conceição Evaristo no livro Becos da Memória, encontra para “ir adiante”. O livro encerra em um movimento circular que retoma a finalidade da própria autora na escrita da obra (ou melhor, da escrevivência). É por meio da escrita que traduz os afetos cotidianos, o processo de desfavelamento vivenciado por ela, seus familiares e vizinhos, as perdas de tio Totó e a prisão de Ditinha seduzida pelo colar de pedra da patroa. Por tudo isso e pelas muitas crianças, iguais a ela, que não vão à escola, “ela haveria de narrar, de fazer soar, de soltar as vozes, os murmúrios, os silêncios, o grito abafado que existia, que era de cada um e de todos” (Evaristo, 2017, p. 177).
Referências
DAS, Veena. Vida e palavras: a violência e sua descida ao ordinário. Tradução de Bruno Gambarotto - 312 p. São Paulo: Editora Unifesp, 2020.
EVARISTO, Conceição. Becos da memória. 3ª ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.
MONCAU, Gabriela. “Nóis por nóis” como luta constante: uma etnografia das mulheres da Ocupação Esperança. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo - PPGAS/USP. São Paulo, 2021.
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